quinta-feira, 30 de abril de 2015

"Swaps custaram R$ 34,5 bilhões em março, metade da meta fiscal do ano", por Miriam Leitão

O Globo


O programa de swaps está atrapalhando. O fraco resultado fiscal do setor público em março, com superávit primário de R$ 239 milhões, poderia ser bem melhor não fosse a despesa de R$ 34,5 bi com os derivativos cambiais, usados pelo BC para intervir no câmbio. É quase metade dos R$ 70,1 bi da meta fiscal do ano.
Implantado em agosto de 2013, o programa de swaps foi sendo expandido até março de 2015, quando chegou a US$ 112 bi (equivalente a um terço das reservas cambiais). Pelo contrato, o BC recebe uma remuneração fixa, a Selic, e paga a variação do câmbio que exceder um determinado valor. No primeiro trimestre, a despesa com swaps chegou a R$ 51 bi. O único resultado positivo do ano foi em janeiro, R$ 10,7 bi.  
A meta de superávit primário de 1,2% do PIB obriga o governo a economizar R$ 70,1 bi (pelo novo cálculo do IBGE) no ano para pagar juros. Tesouro, Previdência Social e Banco Central conseguiram economizar apenas R$ 4,4 bi no primeiro trimestre.
Há na equipe econômica quem defenda o programa, que teria tirado volatilidade do mercado de câmbio. Não é o que se viu nos últimos meses, quando a moeda americana variou intensamente. O custo é alto para pouco resultado.