A economia do setor público para reduzir a dívida pública foi de R$ 19 bilhões no primeiro trimestre de 2015, segundo o Banco Central, uma queda de 26% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em termos nominais, esse é o menor valor desde 2009. A meta de economia para o ano é de R$ 66,3 bilhões.
A maior parte do resultado veio dos Estados, que economizaram R$ 12,2 bilhões no período. O governo federal (incluindo BC e INSS) tiveram superavit de R$ 4,9 bilhões. O restante se refere aos resultados de municípios e estatais (exceto Petrobras e Eletrobras).
No acumulado em 12 meses, o setor público registra deficit de R$ 39,2 bilhões (0,70% do PIB). O número piorou em relação ao verificado no final do ano passado, quando o resultado negativo acumulado era de R$ 32,5 bilhões (0,59% do PIB).
Esse é o maior deficit em 12 meses em percentual do PIB para a série histórica iniciada em novembro de 2002. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, prometeu entregar um superavit de 1,2% do PIB neste ano.
O setor público registrou superavit de R$ 239 milhões em março, pior resultado para meses de março desde 2010, quando houve deficit.
Entre dezembro e março, a dívida líquida do setor público passou de 34,1% para 33,1% do PIB. A queda se deve à desvalorização do real.
A dívida bruta, por outro lado, subiu de 58,9% para 62,4% do PIB. Esse é o maior valor desde que o BC passou a calcular esse indicador com a metodologia atual, em dezembro de 2006. Pela regra anterior, que é a mesma utilizada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), a dívida bruta está em 67% do PIB, maior desde novembro de 2005.
Um dos fatores que ajudaram a aumentar a dívida no ano foi a elevação na despesa com juros. As operações do BC no mercado de câmbio por meio de contratos de swap geraram uma despesa de R$ 51 bilhões no trimestre. Isso equivale a mais de um terço do gasto com juros de R$ 144 bilhões no período.