O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), defendeu nesta quarta-feira (29) a ação da Polícia Militar que entrou em confronto com manifestantes no Paraná, em frente à Assembleia Legislativa. Em entrevista exclusiva à Folha, Richa disse que quem agiu com ''truculência'' não foi a polícia, mas os black blocs identificados pelo governo na manifestação.
"Partiram para cima dos policiais com as grades de contenção e estavam preparando coquetel molotov quando foram detidos'', afirmou.
Deputados votam no Legislativo, a portas fechadas, o projeto do governo Richa que modifica a previdência dos servidores do Estado, que são contrários à proposta.
Servidores estaduais tentaram romper o cerco da PM e a corporação reagiu. Manifestantes e PMs entraram em confronto em frente à Assembleia Legislativa. O local virou uma praça de guerra onde ao menos cem pessoas se feriram.
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Richa acusou o PT e a CUT de inflar os manifestantes ligados a sindicatos de diferentes categorias, como professores. "O pessoal do PT, alguns do PMDB, PSOL e PSTU claro que instigaram. A CUT com presença forte aqui'', disse.
O governador afirmou que foi identificada a presença de black blocs infiltrados nas manifestações e que sete pessoas foram detidas. Segundo ele, há vídeos mostrando mochilas contendo pedras sendo arremessadas nos policiais e também imagens de coquetel molotov.
"Eles pegaram as grades e foram no peito dos policiais. Os policiais estavam parados, partiu para cima deles e foi uma reação natural da proteção da vida e revidaram. Tem 20 policiais feridos'', disse.
Perguntado se não houve violência policial, quando confrontado com as informações de que uma das orientações dos policiais era usar o cassetete quando necessário, Richa respondeu: "Tem que analisar melhor as cenas. Mas o relato que recebo da Segurança Pública é que não houve violência, só contenção da massa que vinha para cima deles tentando invadir a Assembleia, principalmente com spray de pimenta e gás de efeito moral''.