quarta-feira, 25 de março de 2015

Tesoureiro da quadrilha comandada pela dupla Lula-Dilma, Vaccari vai se licenciar

Ilimar Franco - O Globo


          O tesoureiro do PT, João Vaccari, vai se licenciar do cargo. Ele vai alegar que precisa se concentrar na sua defesa depois que virou réu. Petistas peso pesados trabalharam por esse desfecho. A atitude divide. Muitos são contra. Mas ela evita um desgastante debate na reunião do Diretório Nacional do dia 30. O comando petista espera que, sem Vaccari, haverá uma redução do bombardeio contra a sigla e da pressão contra a presidente Dilma.
Petistas lembram Lula no mensalão
A direção petista trata a licença como decisão pessoal. Seus integrantes rejeitam terem feito pressão. Um membro da Executiva lembra que o caso de Vaccari difere do de Delúbio Soares, no mensalão. Delúbio admitiu que usou “recursos não contabilizados” para pagar a campanha de Lula. Por isso, o ex-presidente pediu para que o coordenador de sua candidatura, o ministro José Dirceu, pedisse demissão da Casa Civil. A licença não é um pedido de demissão, mas não era a preferida de Vaccari. Em recente conversa, ele foi taxativo: “Estou sendo investigado há um ano. Meu sigilo fiscal e bancário foi quebrado. E tudo o que eles têm é a palavra de um delator”.
Na contramão
A sociedade indignada com o descontrole do gasto público, e o ministro Juca Ferreira (Cultura) quer simplificar as regras das prestações de contas na lei que cria os Pontos de Cultura. Os órgãos de fiscalização e controle resistem.
Isolar o PT
Os partidos de oposição decidiram dar todo poder ao vice Michel Temer na reforma política, para colocar o PT contra a parede. Há mais simpatia pelo Distritão de Temer e do PMDB do que pelo voto em lista do PT. Presidente da Comissão, Rodrigo Maia (DEM), na foto, conta com o PSD de Gilberto Kassab e o PP também apoiando o Distritão.
O pai da criança
A coordenação coletiva de articulação do governo passou no primeiro teste. Anteontem, no Planalto, surgiu a MP do salário mínimo, negociada no Congresso ontem. Mas sua paternidade foi atribuída ao líder do PMDB, Leonardo Picciani.
Os articuladores políticos da base
O vice Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha e Gilberto Kassab e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, conversaram com os partidos. O ministro Aloizio Mercadante tratou da MP do salário mínimo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O ministro Pepe Vargas esteve com o presidente do Senado, Renan Calheiros.
No confessionário
O ex-presidente Lula tem conversado com petistas contrários ao ajuste fiscal do governo Dilma. Ontem, entre outros, ouviu o senador Paulo Paim (PT-RS). Consta que ele teria dito: “Prefiro voltar para casa do que votar este ajuste”.
No segundo escalão
O presidente da Anvisa, Jaime de Oliveira, vai deixar o posto dia 26 de abril. O diretor adjunto, Fernando Mendes, tem apoio do PMDB para herdar o lugar. Consta que seu padrinho é o presidente do Senado, Renan Calheiros.
A prioridade. A presidente Dilma procura um ministro da Educação que tenha conhecimento da área. Filiação partidária é critério secundário.