segunda-feira, 2 de março de 2015

Dilma teme Lava Jato. Assinado: Jaques Wagner

Com Blog Felipe Moura Brasil - Veja



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Jaques Wagner, o ombro amigo de Dilma Rousseff
Jaques Wagner, o ministro que ocupa a pasta Defesa pelo mérito de ter deixado a Bahia indefesa, declarou uma semana atrás que o país não deve parar para assistir “ao espetáculo da investigação” da Operação Lava Jato.
Agora, o também porta-voz informal da presidente Dilma Rousseff, volta à carga para blindar o governo, ameaçando o país.
Depois de proferir uma aula magna no Curso Superior de Defesa da Escola de Guerra Naval, no Rio, onde não sei se apresentou aos alunos as taxas de criminalidade baianas antes e depois de seu governo, Wagner afirmou que o pedido de investigação de políticos envolvidos no Petrolão causará “turbulência” no momento em que o país precisa de “calma e tranquilidade”.
Traduzo abaixo suas declarações:
“Qualquer fato novo com esse tipo de característica de denúncia, de inquérito, tira a tranquilidade momentaneamente de qualquer instituição. Não sei qual é a dimensão, nem a quem atinge. É bom no sentido de que as coisas estão funcionando e é ruim no sentido de que tem turbulência e o país precisa de calma e tranquilidade para tocar. Não a calma da omissão, mas de separar inquérito do funcionamento normal do País”.
Tradução: O “país” é Dilma. Tememos que seu nome seja envolvido no Petrolão e que o povo brasileiro associe ainda mais a corrupção ao seu governo, com o qual ela – a corrupção – está intimamente associada. A “calma da omissão”, para dizer o mínimo, foi da presidente durante 4 anos dos 12 de roubalheira do PT na Petrobras. Ricardo Pessoa disse à VEJA que minhas campanhas para o governo da Bahia receberam dinheiro da UTC, mas vou fingir que não sei quem pode ser atingido por qualquer fato novo…
“A melhor forma para que as investigações continuem é elas estarem ladeadas pelo funcionamento normal do país. Porque, se começarem a perturbar tudo, daqui a pouco muita gente vai dizer `acaba logo essa investigação porque o País precisa voltar à normalidade’. É óbvio que tem turbulência”.
Tradução: A melhor forma para que as investigações continuem é o PT parar de tentar “perturbar tudo”. A melhor forma para existir um funcionamento normal do Brasil é Dilma sair do governo. A turbulência é um alívio tremendo para um país em queda vertiginosa, mas é óbvio que estou aqui para culpar de antemão a Lava Jato por toda a instabilidade que nós petistas criamos…
“A CPI [da Petrobras] terá dificuldade de chegar além do Ministério Público Federal e do Judiciário (…) A CPI em si vira palco, mas dificilmente irá além do que a Polícia Federal já investigou”.
Tradução: A CPI da Petrobras é uma pizzaria, que conta com os serviços do “garçom” Luiz Sérgio (PT-RJ), assim apelidado por apenas anotar os pedidos da alta cúpula do partido, e o presidente peemedebista Hugo Motta, um deputado da Paraíba que votou a favor da fraude fiscal de Dilma Rousseff no fim de 2014. Ambos tiveram suas campanhas eleitorais financiadas por empreiteiras enroladas com a Lava Jato, tendo Motta recebido R$ 451 mil da Andrade Gutierrez e da Odebrecht, o que corresponde a 60% de sua última campanha; e Sérgio, R$ 962,5 mil de Queiroz Galvão, OAS, Toyo Setal e UTC, o que corresponde a 39,6%. Motta assa 60% da pizza; Sérgio, 40%; enquanto nós fingimos de antemão que o problema é do Ministério Público Federal e do Judiciário…
Sobre o seguro-desemprego: “Não se quer tirar direitos, mas consolidar direitos. A pergunta que cabe é: o seguro desemprego é causa ou efeito da rotatividade de mão de obra? (O trabalhador) recebe seguro-desemprego porque sai do emprego ou sai do emprego para receber seguro-desemprego?’. Sempre que se fala de ser humano, todo mundo quer operar em zona de mais conforto”.
Tradução: Dilma cometeu estelionato eleitoral ao mexer nos direitos trabalhistas, o que prometera não fazer nem que a vaca tossisse. Como a vaca tossiu, vou aqui brincar de “Tostines vende mais porque é fresquinho ou fresquinho porque vende mais” para enganar os trouxas. Dilma, eu e todo o PT queremos operar em zona de mais conforto, mas, como de costume, culparemos todo mundo por isso…