sexta-feira, 1 de julho de 2022

Marcos Valério detalha relação do covil do Loola com o PCC e afirma que Celso Daniel teria dossiê com detalhes de financiamento ilegal de petistas corruptos (redundância); assista

 

Revista Veja revela a cumplicidade Loola & PCC


Coordenador do Mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza afirmou que ouviu do então secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, detalhes sobre o que seria a relação entre petistas e o PCC, a principal facção criminosa do país.


A declaração foi feita por ele em delação premiada que o publicitário fechou com a Polícia Federal (PF) e que foi homologada pelo ex-ministro do STF Celso de Mello. As gravações da delação foi obtida pela revista Veja e divulgada nesta sexta-feira (1º).

De acordo com o relato de Marcos Valério, o empresário do ramo dos transportes Ronan Maria Pinto chantageava o então presidente Lula para não revelar o que supostamente seria uma bala de prata contra o PT: detalhes de como funcionava o esquema de arrecadação ilegal de recursos para financiar petistas.

O delator do Mensalão afirma ainda que soube da suposta chantagem contra Lula após conversar Pereira.

Marcos Valério é a cara de Loola; Loola é a cara do covil do Loola

Segundo Marcos Valério, o então secretário-geral do PT o informou que Ronan ameaçava revelar que o partido de esquerda recebia clandestinamente dinheiro de empresas ônibus, de operadores de transporte pirata e de bingos e que, neste último caso, os repasses financeiros ao partido seriam uma forma de lavar recursos do crime organizado.

Na gravação, Marcos Valério é claro ao explicar a quem se referia ao mencionar, genericamente, crime organizado: o PCC.

Nos depoimentos, o operador do mensalão informa que o então prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002, havia produzido um dossiê detalhando quem, dentro dos quadros petistas, estava sendo financiado de forma ilegal.

O que Celso Daniel não sabia, disse o delator aos investigadores, é que a arrecadação clandestina por meio de empresas de ônibus não beneficiava apenas a cúpula partidária: vereadores e deputados petistas que mantinham relações com o crime organizado estavam recebendo livremente dinheiro sujo.

Segundo Marcos Valério, o dossiê elaborado pelo prefeito assassinado simplesmente sumiu. “Ninguém achou esse dossiê mais”, afirma na gravação.

Após o assassinato do prefeito de Santo André, afirma Valério, o partido cuidou de afastar os políticos envolvidos com o PCC:

“A posteriori, o PT fez uma limpa, tirando um monte de gente, vereador, que era ligado ao crime organizado. Vocês podem olhar direitinho que vocês vão ver que o PT fez uma limpa, expulsando do partido essas pessoas”.

A revista VEJA tentou falar com Silvio Pereira, que não retornou os contatos.

Já Paulo Okamotto, um dos atuais coordenadores da campanha de Lula, demonstrou irritação ao ser questionado sobre as acusações de Marcos Valério sobre ligações do partido com a facção criminosa.

“Tem que perguntar para o pessoal do PCC. Eu não tenho nada para te informar sobre isso”, afirmou.


Gianlucca Cenciarelli Gattai, Gazeta Brasil