sexta-feira, 1 de julho de 2022

Bolsas dos EUA têm pior semestre em 50 anos

As ações americanas perderam cerca de US$ 9 trilhões do valor em 2022

As ações de Wall Street não registravam um início de ano tão ruim desde 1970
As ações de Wall Street não registravam um início de ano tão ruim desde 1970 | Foto: Reprodução/Unsplash

As ações nas Bolsas de Valores dos EUA tiveram o pior primeiro semestre em mais de 50 anos. O S&P 500 e o Dow Jones não registravam números tão ruins desde 1970. Nasdaq teve a maior baixa porcentual de todos os tempos

S&P 500

O índice, que reúne a carteira das 500 ações mais representativas nas bolsas de Nova Iorque e na Nasdaq, registrou uma queda acumulada de 20% nos primeiros seis meses de 2022. Todos os setores caíram no semestre, com exceção das ações de energia, que tiveram 30% de valorização. Os papéis de produtos de consumo foram os que mais recuaram, ao registrar um declínio de 32%.

Nasdaq e Dow Jones

O índice Nasdaq, concentrado em tecnologia, também despencou. Ao fechar o semestre, as perdas chegaram a 30% em 2022. Já o Dow Jones caiu 15% nos seis primeiros meses do ano.

As ações de Wall Street não registravam um início de ano tão ruim desde 1970, quando os papéis foram vendidos em massa em reação a uma recessão que pôs fim ao mais longo período de expansão econômica da história americana até aquele momento.

Motivos não faltaram para a derrubada das bolsas estadunidenses: aceleração da inflação nos EUA e aumento agressivo dos juros, guerra entre Rússia e Ucrânia e bloqueios contra a covid-19 na China.

A retração das ações norte-americanas eliminou mais de US$ 9 trilhões em valor de mercado desde o fim de 2021, segundo dados da agência de notícias Bloomberg.

Inflação e alta de juros

Na conferência anual do Banco Central Europeu, realizada na quarta-feira 29, as autoridades alertaram que a era de baixas taxas de juros e de inflação moderada chegou ao fim após o choque inflacionário causado pela invasão da Ucrânia pela Rússia e pela pandemia de covid-19.

“Tudo foi muito puxado pela inflação”, disse Paul Leech, codiretor de ações mundiais do Barclays.

O presidente do Federal Reserve — o Banco Central dos EUA — Jerome Powell, advertiu que, se os bancos não elevarem as taxas de juros o suficiente para um nível capaz de combater a inflação rapidamente, os Estados Unidos poderão enfrentar surtos graves e reiterados de altas dos preços que as autoridades poderão ter dificuldades em controlar.

“O estado de espírito do mercado está dominado pela possibilidade de haver recessões nos EUA e na Europa”, disse Bastien Drut, estrategista na gestora CPR, sediada em Paris.

Revista Oeste