quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Covas lidera 2º turno em São Paulo, com 48%; Boulos tem 32%. Nos votos válidos, o tucano tem 60%, diz XP/Ipespe

A 11 dias do segundo turno, o candidato à reeleição Bruno Covas (PSDB) mantém a dianteira na disputa pela prefeitura de São Paulo. Segundo a oitava edição da pesquisa XP/Ipespe, divulgada nesta quarta-feira (18), o tucano soma 48% das intenções de voto totais contra 32% de Guilherme Boulos (PSOL) no cenário estimulado – quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados.

Outros 15% dos entrevistados não apontaram nenhum dos candidatos ou manifestaram intenção de votar em branco ou anular o voto, enquanto 5% não quiseram ou não souberam responder.

Considerando apenas os votos válidos, Covas lidera a disputa com 60% das intenções de voto contra 40% de seu adversário. O resultado mostra um estreitamento da diferença entre os candidatos. Na última pesquisa feita antes do primeiro turno, o atual prefeito contava com 70% das intenções de votos válidas, contra 30% do líder dos sem-teto.

No recorte por faixa etária, o tucano somente é derrotado entre os mais jovens (16 a 24 anos): 44% a 32% a favor de Boulos. Este grupo representa cerca de 11% do eleitorado da cidade. A vantagem de Covas, por outro lado, é maior entre os idosos, grupo que corresponde a 23% dos eleitores: 61% a 21%.

Já em termos de escolaridade e renda, Covas aparece numericamente à frente em todos os recortes. O placar é mais apertado entre aqueles com ensino superior (32% dos eleitores) e renda superior a 5 salários mínimos (20% dos eleitores): 53% a 47% no primeiro caso (o que configura situação de empate técnico) e 56% a 44% no segundo.

O levantamento foi feito entre os dias 16 e 17 de novembro, contou com 800 entrevistas realizadas por telefone e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o código SP-06628/2020. A margem máxima de erro é de 3,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Segundo a pesquisa, 79% dos entrevistados disseram que a decisão de voto no segundo turno é definitiva, contra 19% que podem mudar até o dia da eleição – fator que pode dificultar o trabalho de Boulos na tentativa de encurtar a distância em pouco mais de uma semana. Os eleitores com mais chances de mudar de voto têm idade entre 16 e 44 anos, ensino fundamental e renda familiar de até 2 salários mínimos.

No cenário espontâneo – em que os nomes dos candidatos não são apresentados pelos entrevistadores –, Covas tem 39% das intenções de voto, contra 29% de Boulos. Brancos, nulos e indecisos somam 32%. Considerando apenas as intenções de votos válidas, o placar fica 57% a 43% a favor do tucano.

A pesquisa também mostra que a rejeição de Boulos é maior do que a de Covas: são 42% os que dizem que não votariam no candidato do PSOL de jeito nenhum, contra 35% que não dariam seu voto ao tucano em hipótese alguma. Em relação ao último levantamento, os dois apresentaram melhor desempenho. A resistência a Boulos caiu 10 pontos percentuais, ao passo que a objeção ao tucano recuou 3 p.p..

Ao todo, 38% dos entrevistados dizem que votariam com certeza em Bruno Covas e 23% afirmam que poderiam seguir o mesmo caminho. Já Boulos conta com 29% de apoiadores enfáticos e 12% que dizem que poderiam votar nele. Entre os eleitores convictos, o tucano cresceu 9 p.p. ante o último levantamento, ao passo que seu adversário saltou 13 p.p..

O cruzamento dos dados da pesquisa mostra que Bruno Covas é o principal herdeiro dos votos de Márcio França (recebe 47% dos eleitores do primeiro turno, contra 31% recebidos por Boulos), de Celso Russomanno (45% a 6%) e de Arthur do Val Mamãe Falei (68% a 5%). Já Boulos recebe apoio majoritário apenas dos eleitoes de Jilmar Tatto (72% a 20% de Covas).

Entre os que admitiram não ter ido votar no primeiro turno, 43% declaram voto em Covas no segundo e 18%, em Boulos.

O levantamento também mostra, pela primeira vez, estabilidade na avaliação positiva da prefeitura de São Paulo, interrompendo tendência de alta observada desde o início da campanha. Hoje, são 37% os que consideram a administração ótima ou boa, contra 38% na semana passada. Os que a veem como ruim ou péssima também oscilaram um ponto para baixo, de 22% para 21%.


Marcos Mortari, InfoMoney