O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse nesta sexta-feira, 10, que não se pode admitir a pressão realizada sobre o Brasil em relação à sua política ambiental, de que seria um “país que destrói o meio ambiente”. Freitas rejeitou a ideia de que o País seja um “vilão” da preservação e defendeu o que chamou de “liderança importante” do Brasil em questões ambientais.
“Não dá para admitir ou aceitar a pressão que vem sendo feita sob o Brasil de país que destrói o meio ambiente. Absolutamente. O Brasil tem a segunda maior reserva florestal do planeta, é um país que tem mais de 60% de matas nativas preservadas, tem 84% de floresta amazônica preservada, tem 42% de matriz energética renovável. A Alemanha tem 14%. E nós somos vilões do meio-ambiente? Absolutamente”, citou.
A declaração foi dada num contexto de reação do governo brasileiro a críticas de investidores e países estrangeiros sobre a política ambiental. Na quinta-feira, pressionado por executivos internacionais pelo avanço do desmatamento na Amazônia, o vice-presidente, Hamilton Mourão, procurou esvaziar a responsabilidade do governo sobre o cenário na floresta e afirmou que a preocupação de estrangeiros com a região reflete interesses comerciais e disputa geopolítica, por causa da força do País no agronegócio.
Nesta sexta, Freitas afirmou que o Brasil é um “exemplo para o mundo inteiro” de atividade econômica que consegue se conciliar de “forma harmônica” com o meio ambiente. “E nós no Ministério da Infraestrutura temos preocupação em mostrar isso. E hoje, o desenvolvimento dos nossos projetos estão nascendo segundo uma nova concepção. Queremos mostrar aos investidores que nossos projetos são aptos a conseguir green bonds”, disse. O ministro citou ainda recentes acordos fechados pela pasta na área. No final de junho, Freitas anunciou que o governo vai estruturar o primeiro programa de títulos verdes no setor de transportes, focado nas ferrovias. A partir dele, o Executivo vai certificar os projetos para emissão de títulos verdes de forma prévia, antes mesmo do leilão dos empreendimentos.
Amanda Pupo, O Estado de S.Paulo