Em entrevista ao jornal argentino "La Nación", publicada neste sábado (19), o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Edinho Silva, afirmou que as medidas de ajuste propostas pelo governo Dilma Rousseff terão que ser adotadas pelo país de qualquer jeito, em mais ou menos tempo.
"Se trata de medidas estruturais para a recuperação da economia brasileira; se não são tomadas agora, terão que ser tomadas em pouco tempo. Se a presidenta quisesse prorrogar politicamente essas medidas poderia deixá-las para um próximo governo, mas teria uma bomba para desarmar em três anos", afirmou Edinho.
Questionado pelo jornalista sobre quem criou a bomba a que se refere, o ministro afirmou que a presidente reconheceu erros.
"Ninguém nega responsabilidade neste processo, a própria presidenta já reconheceu erros publicamente", afirmou Edinho.
"O que eu digo é que se a presidenta cometeu erros, foi para proteger os empregos dos brasileiros, seus salários, sua renda e os avanços sociais. Se ela cometeu erros, foi governando, pensando em governar para os mais necessitados".
Na entrevista, o ministro reafirma que não há plano B e que Dilma "fez o que devia fazer".
"São medidas duras, muitas impopulares, mas sobre as quais a presidenta está assumindo toda a responsabilidade", afirmou.
"Quando falamos em buscar um superavit, queremos usar esse dinheiro para aumentar os investimentos e fomentar o crescimento econômico."
LAVA JATO
Edinho foi acusado pelo executivo da UTC, Ricardo Pessoa, de participar do esquema de corrupção na Petrobras e o STF autorizou a sua investigação.
Segundo o ministro, o maior desafio do PT neste momento é superar o ambiente de intolerância instalado no país.
"O que mais preocupa é a intolerância de certas pessoas diante de posições políticas, que podem levar a agressões físicas. Esse clima acaba indo contra a tradição brasileira. Temos que superar esse ambiente de intolerância e divisão."