terça-feira, 22 de setembro de 2015

Deu no 'JN': Vaccari e Duque são condenados por corrupção na Operação Lava Jato

TV Globo


Ex-tesoureiro do PT João Vaccari pegou 15 anos e quatro meses de prisão. Ex-diretor da Petrobras Renato Duque foi condenado a 20 anos e oito meses






Ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque receberam as primeiras condenações em consequência da Operação Lava Jato.
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto está preso desde abril. Ele pegou 15 anos e quatro meses de prisão, além de multa pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

O ex-diretor da área de Serviços Renato Duque, preso desde março, foi condenado a 20 anos e oito meses por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, além de pagar multa.

Também foram condenados Adir Assad, Dario Teixeira e Sônia Branco.

Os delatores Augusto Mendonça, Mário Góes, Júlio Camargo e Pedro Barusco tiveram as penas reduzidas. Eles ajudaram nas investigações. O doleiro Alberto Youssef teve a pena suspensa nesse processo. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa aguarda o fim do julgamento de uma outra ação.

O Ministério Público afirmou que houve pagamento de propina de mais de R$ 136 milhões em quatro obras da Petrobras. E que pelo menos R$ 4,2 milhões foram entregues a João Vacari Neto e ao PT, inclusive por meio de doações legais.

Na sentença, o juiz Sérgio Moro afirmou que mais do que o enriquecimento ilícito dos agentes públicos, o elemento mais reprovável do esquema criminoso da Petrobras é a contaminação da esfera política pela influência do crime.

Para determinar a condenação, o juiz Sérgio Moro levou em conta as informações dos delatores e documentos apreendidos durante as investigações. São comprovantes de depósitos e extratos bancários, além do resultado de perícias feitas pela Polícia Federal. Os réus que não fizeram acordo de delação podem recorrer da sentença.
O advogado de João Vaccari Neto afirmou que não há provas contra o cliente e que a condenação foi com base em delação premiada. Ainda de acordo com a defesa, Vaccari cumpriu o papel de tesoureiro de um partido ao solicitar doações, que todas foram legais e que não é obrigação de Vaccari investigar a origem do dinheiro. A defesa afirmou que vai recorrer da sentença e que confia na absolvição do ex-tesoureiro em instâncias superiores.
PT afirmou que considera um equívoco a condenação de João Vaccari Neto e que ela foi baseada somente em delações premiadas, sem qualquer prova material. O PT afirmou ainda que confia em um novo julgamento em instâncias superiores e que todas as doações foram feitas de forma legal e declaradas à Justiça Eleitoral.
O advogado de Adir Assad disse que vai recorrer da decisão e pedir que o cliente aguarde o novo julgamento em liberdade.
O advogado de Júlio Camargo, Pedro Barusco e Alberto Youssef disse que a sentença está dentro dos limites do acordo de colaboração.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com os advogados de Renato Duque, Mário Góes, Dario Teixeira, Sônia Branco e Augusto Mendonça.