terça-feira, 22 de setembro de 2015

Celso de Mello autoriza inquéritos sobre Mercadante e Aloysio Nunes

Renan RamalhoDo G1


Autorização foi baseada em delação premiada de Ricardo Pessoa.
Para Janot, menções feitas por delator não tem relação com Lava Jato.


Os dois pedidos de inquérito foram feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e repassados a Celso de Mello, por não terem relação direta com o esquema de corrupção na Petrobras, segundo as apurações preliminares. Por isso, o caso não ficou com o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo.

Para Janot, não há indícios de que as menções feitas por Pessoa a Mercadante e Aloysio Nunes estão relacionadas a desvios na Petrobras, mas sim a infrações eleitorais, com declaração incorreta de doações às suas campanhas.

G1 entrou em contato com a Casa Civil e aguarda retorno. Até a última atualização desta reportagem, o G1 não havia conseguido entrar em contato com o senador Aloysio Nunes.


No pedido de abertura de inquérito, o procurador afirma não haver indícios de que os dois atuaram para desviar dinheiro da Petrobras e ocultar a origem, só de que receberam dinheiro para campanha e não declararam corretamente. Assim, poderiam não ter conhecimento de uma origem supostamente ilegal do dinheiro.
Para Mercadante, Pessoa disse que doou R$ 500 mil em 2010, quando ele era candidato ao governo de São Paulo. Para o senador Aloysio Nunes Ferreirra, o empresário disse ter doado R$ 300 mil de forma oficial e R$ 200 mil em dinheiro vivo, sem declaração.
Caberá a Mello superviosionar as investigações, que podem incluir medidas como quebras de sigilo, tomada de depoimentos e interceptações telefônicas, por exemplo.