sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Dólar dispara mais de 2% e atinge R$ 6,11, um dia depois de Haddad anunciar pacote de gastos

 A moeda aumentou diante da incerteza da política fiscal proposta pelo governo Lula (PT)


O dólar, a moeda dos Estados Unidos - Foto: Reprodução/Gerd Altmann/Pixabay


O dólar iniciou nesta sexta-feira, 29, em forte alta, ao custo de R$ 6,11, pressionado pelo cenário fiscal brasileiro. Esse fator continua sendo importante para os investidores. O movimento reflete as incertezas em relação à economia brasileira e às ações recentes do governo federal. O impacto negativo sobre os ativos brasileiros aumentou com as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira, 28. 

Na ocasião, Haddad revelou um pacote de cortes de gastos públicos. O pacote inclui uma redução de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026, com a previsão de R$ 327 bilhões até 2030. O conjunto de medidas abrange áreas como alterações no salário mínimo, programas sociais, aposentadoria de militares e emendas parlamentares. Embora o pacote de cortes fosse aguardado pelo mercado, o valor de R$ 70 bilhões parecia inicialmente promissor. 

Incerteza sobre política fiscal no Brasil causou aumento do dólar No entanto, o anúncio da isenção do Imposto de Renda para pessoas com rendimentos de até R$ 5 mil causou desconforto e incerteza. A medida poderá gerar um impacto fiscal de R$ 35 bilhões.




Isso levantou dúvidas sobre a real eficácia do corte nos gastos públicos. Haddad afirmou que o governo pretende compensar esse custo com a criação de uma alíquota progressiva para os mais ricos. A alíquota poderá chegar a 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil mensais. Além das preocupações fiscais, o mercado também reagiu aos dados de emprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego caiu para 6,2% no trimestre encerrado em outubro. Esse é o menor nível já registrado, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua

No cenário financeiro, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, apresentou queda e refletiu o clima de cautela no mercado. Às 10h15, o dólar subiu 2%, cotado a R$ 6,10, com a máxima do dia que atingiu R$ 6,11. Na véspera, a moeda registrou uma alta de 1,30%, e fechou a R$ 5,98, com máxima de R$ 6. Com isso, o dólar acumula uma valorização de 3,02% na semana, 3,59% no mês e impressionantes 23,42% no ano. 


Revista Oeste