A celeuma criada em torno do “Foda-se” do General Augusto Heleno é completamente absurda e totalmente sem sentido.
O primeiro ponto a ser considerado é que a indignação do general foi extravasada numa conversa privada, captada por um microfone indiscreto do jornal O Globo.
Porém, o mais importante, é que o “Foda-se” do general, se queixando dos “chantagistas” do Congresso Nacional, não é nenhuma novidade.
Pelo menos em duas outras ocasiões a situação já havia sido revelada por elementos da esquerda brasileira.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 1993, no exercício da presidência do Partido dos Trabalhadores, após ter cumprido mandato como deputado federal, disse o seguinte:
“Há no Congresso uma minoria que se preocupa e trabalha pelo país, mas há uma maioria de uns 300 picaretas que defendem apenas seus próprios interesses.”
Mais tarde, em 2015, quando o PT estava em pleno exercício do poder, foi a vez de seu ministro da educação, Cid Gomes, esse que agora virou ‘operador de retroescavadeira’, dizer o seguinte:
“Tem lá uns 400, 300 deputados que, quanto pior, melhor pra eles, que querem que o governo esteja frágil, porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele e aprovarem suas emendas impositivas.”
Nas duas oportunidades, não houve indignação. Aliás, a imprensa teve a percepção exata de que as frases de Lula e Cid traduziam uma constatação. E mais, ambos falaram publicamente.
Assim, não há qualquer razão para o alvoroço em torno do “Foda-se” - privado - do general Heleno.
Nesse sentido, vale a pena ver o comentário do jornalista Alexandre Garcia:
Jornal da Cidade