quinta-feira, 27 de junho de 2019

"Deixa de ser cínico, Levy"

Levy negou existência de caixa 

preta do BNDES, mas não justificou

 empréstimos de pai para filho e 

sem garantias dados a empreiteiras

 corrupteiras como Odebrecht para

 pagar propinas a agentes públicos




Levy foi à CPI do BNDES repetir o que todos os ex-dirigentes do banco público dizem – que não há caixa preta -, mas como eles não explicou empréstimos sem garantias a juros a custo de banana. Foto: André Dusek/Estadão

O cúmulo do cinismo foi o ex-presidente do BNDES, Joaquim Levy, ir à CPI do banco estatal para dizer que não há caixa preta com transações ilícitas e suspeitas no Brasil e no exterior. 
Tá tudo muito bom, tá tudo bem. 
Mas conta aí, doutor: como explicar o empréstimo de R$ 7 bilhões à empreiteira corrupteira Odebrecht sem garantia nenhuma? 
Como justificar o calote de R$ 2,2 bilhões da Venezuela e a inadimplência de dívida semelhante de Cuba? 
Agora o banco, que serve para tomar dinheiro do trabalhador para dar a juros de bananas e sem garantias a empresário que compra políticos e partidos com propinas, sequer reage à decisão rápida e pra lá de estranha do juiz da 1.ª Vara de Falência de São Paulo, João de Oliveira Rodrigues Filho, que, um dia após pedido da corrupteira,  transferiu a dívida direto pro bolso sem fundo do cidadão? 

José Nêumanne, O Estado de São Paulo