quinta-feira, 10 de agosto de 2017

PDV da Eletrobras será maior que o do governo, diz ministro de Minas e Energia

Com O Globo


Prédio da Eletrobras no Rio. Foto: Nadia Sussman/Bloomberg



O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, disse na manhã desta quinta-feira que o programa de demissão voluntária da Eletrobras será maior do que o PDV estudado pelo governo federal, anunciado ainda sem detalhes, mas com expectativa de adesão de cinco mil servidores e economia de R$ 1 bilhão. Coelho previu uma economia de até R$ 850 milhões no programa da Eletrobras.

— Nós estamos concluindo um plano de demissão voluntária na Eletrobras, que ainda não fechou, mas está fechando e vai ser do mesmo tamanho do que o governo planeja fazer pra todo o funcionalismo público, com economia superior a R$ 800 milhões, R$ 850 milhões. Tem publicações dos (acionistas) minoritários distribuídas aí no mercado, que estimam que nos últimos 15 anos o valor de perda que a Eletrobras teve foi um negócio de R$ 160 bilhões — afirmou.

Um pouco depois, o ministro ressaltou que, diante da economia esperada pelo governo, o PDV da Eletrobras é maior.

— Se você pega que uma empresa pública faz um PDV e tem uma economia estimada entre R$ 800 milhões e R$ 850 milhões, você mostra, dentro do universo elegível, (que) o nosso, proporcionalmente, é muito maior e mostra também um ganho de valor pra companhia enorme — destacou Coelho.

Quando anunciado em abril pelo ministro do Planejamento Dyogo Oliveira, a previsão feita foi de adesão de 2.600 funcionários dos 17 mil que a estatal tem. Os trabalhadores de distribuidoras de energia que serão leiloadas (cerca de 6 mil) e pertencem a Eletrobras não deverão fazer parte do PDV.

O ministro de Minas e Energia, que participou em São Paulo de um fórum de infraestrutura e logística, disse que na área energética, de óleo e gás e mineração, "a gente tem procurado tocar em assuntos que, durante muito tempo, deixaram de ser tratados", o que, segundo Coelho, acarretou nos últimos anos em engessamento do desenvolvimento da infraestrutura no país.

— Se criou no Estado brasileiro uma série de direitos e a gente não cuidou da parte das obrigações com a mesma atenção. Eu tenho plena convicção de que a coragem que o governo teve nesses primeiros 15 meses, num momento desafiador da política, da economia, momento turbulento, de poder fazer avanços significativos, como a Lei das Estatais. No caso da Eletrobras, da Petrobras, foram responsáveis por um incremento significativo na valorização de bolsa dos dois papéis das empresas, a Lei da PEC do Teto de Gastos, a reforma trabalhista, que talvez não esteja sendo muito sentida, mas a partir do ano que vem, não tenho a menor dúvida que vai quebrar uma série de paradigmas - concluiu.