NICOLA PAMPLONA - Folha de São Paulo
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta segunda (1º) que a empresa planeja relançar "nas próximas semanas" seu plano de venda de ativos, já com as modificações estipulavas pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
De acordo com o executivo, a nova versão do plano seguirá as diretrizes estratégicas do programa anterior, lançado em 2015, mas com alterações no modelo de negociações.
"Queremos replicar em outras áreas, como o refino, a estratégia de parcerias que foi muito bem sucedida na exploração e produção de petróleo", disse o executivo.
Ele não quis, porém, adiantar quais ativos estarão na lista de venda –confirmando apenas a manutenção da BR Distribuidora, considerada uma das maiores possibilidades de receita.
Parente explicou que, na nova modelagem de negociações, a Petrobras continuará mandando convites para eventuais interessados, mas publicará em seu site um prospecto sobre cada ativo à venda.
Assim, qualquer empresa que tiver interesse poderá participar das negociações.
Antes, participavam do processo apenas empresas convidadas pela estatal.
O processo foi paralisado em dezembro, por determinação do TCU.
Apesar da suspensão, Parente diz que a empresa manterá a meta de arrecadar US$ 34,6 bilhões ao final do programa –até o fim de 2015, foram US$ 13,6 bilhões.
Parte dos processos, porém, está sendo questionada na Justiça. Em abril, por exemplo, a Justiça de Sergipe concedeu liminar suspendendo a venda à norueguesa Statoil da fatia da estatal na área de Carcará, no pré-sal.
O negócio, de US$ 2,5 bilhões, foi aprovado pelo conselho da Petrobras no fim do ano passado e já havia sido autorizado pelos órgãos de defesa da concorrência.
"Vamos ter que lutar para derrubar as liminares", disse o executivo, que participa em Houston da feira de petróleo OTC (Offshore Tecnology Conference).
LEILÕES
Parente disse que a empresa ainda está avaliando as áreas que serão oferecidas pelo governo nos novos leilões do pré-sal e que ainda não pode dizer se terá participação nos leilões.
Segundo a lei, a estatal tem direito de escolher em quais áreas quer ser operadora e ter participação mínima de 30%.
Na semana passada, o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) deu um prazo de 30 dias para a empresa definir se que exercer o direito sobre as áreas da terceira rodada do pré-sal, que oferecerá quatro áreas no fim do ano.