domingo, 7 de maio de 2017

Macron promete combater divisões e recriar vínculos da França com a Europa


Presidente eleito Emmanuel Macron é visto em uma tela gigante perto do Louvre, em Paris, enquanto partidários celebram sua vitória - JEAN-PAUL PELISSIER / REUTERS


Com O Globo e agências internacionais



PARIS — O candidato centrista Emmanuel Macron, apontado como vitorioso pelas pesquisas de boca de urna no segundo turno das eleições presidenciais francesas, prometeu neste domingo que combaterá as divisões no país. Após a divulgação das primeiras projeções, Macron, de 39 anos, afirmou ainda que escutou “a ira, a ansiedade e as dúvidas” dos franceses. Sua rival, a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, já reconheceu a derrota.

Em uma declaração em seu quartel-general de campanha em Paris, o presidente eleito — o mais jovem na História da França — também prometeu reconstruir a relação entre a Europa e os cidadãos. Depois, Macron discursou para simpatizantes no pátio do Louvre ao som do hino europeu.

— Conheço as divisões no nosso país, o que levou alguns a votarem em partidos extremistas. Os respeito — disse Macron. — Vou trabalhar para recriar o vínculo entre a Europa e os seus povos, entre a Europa e os seus cidadãos.

De acordo com os levantamentos, Macron obteve entre 65,5% e 66,1% dos votos, contra 33,9% a 34,5% de Le Pen, com uma taxa de abstenção que poderá ser a maior desde 1969.

Estimativas da empresa Ipsos-Sopra Steria indicam que a abstenção chegará a 25,3%. Se for confirmada, será primeira vez que o comparecimento dos eleitores às urnas no segundo turno das eleições presidenciais será menor do que o no primeiro turno nestes quase 50 anos.

No centro de Paris, milhares de pessoas comemoravam a vitória de Macron com gritos de alegria na esplanada do Museu do Louvre. Com bandeiras da França nas mãos, os simpatizantes do presidente saudaram sua vitória ante Le Pen.

— Obrigado, obrigado, obrigado! — disse Macron, que surgiu embalado pelo hino europeu diante de milhares de simpatizantes e correligionários, no pátio do Museu do Louvre, aos pés da Pirâmide. — Obrigado aos que votaram em mim sem ter nossas ideias. Sei que não se trata de um cheque em branco.

O presidente em fim de mandato, François Hollande, e vários membros de governo reunidos no Palácio do Eliseu, comemoraram com uma salva de palmas a vitória do centrista, informaram fontes do palácio do Eliseu.

Macron vai governar uma França muito dividida politicamente entre zonas urbanas (privilegiadas e reformistas) e as despossuídas (tentadas pelos extremos). O candidato tem grandes desafios pela frente, como um desemprego endêmico de 10%, a luta antiterrorista e a crise da União Europeia (UE).

Mesmo derrotados, Le Pen e seu partido de extrema-direita, a Frente Nacional, tiveram seu melhor desempenho em eleições francesas até agora, com quase o dobro dos votos na comparação com pleitos anteriores. O bom desempenho da Frente Nacional no segundo turno coloca pressão sobre Macron e seu partido, o En Marche! (Em frente!), com vistas às eleições parlamentares marcadas para o mês que vem.

LÍDERES FELICITAM MACRON

O porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, qualificou a vitória de Macron de uma "vitória para uma Europa forte e unida".

"Felicidades, @EmmanuelMacron. Sua vitória é uma vitória para uma Europa forte e unida e para a amizade franco-alemã", publicou Steffen Seibert, em alemão e francês, no Twitter.
Também no Twitter, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, assegurou que os franceses elegeram "um futuro europeu".

"Feliz de que os franceses tenham eleito um futuro europeu", declarou Juncker na rede social.

Já o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, elogiou a decisão dos franceses a favor da "liberdade, a igualdade e a fraternidade".

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