segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

“Isto é uma vergonha”, diz Mourão sobre entrevista de Gilmar

Declarações do decano fazem “cair por terra” a crença na imparcialidade da Justiça


Parcialidade da facção instalada no STF por Lula, Dilma, FHC, Temer - Reprodução

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) classificou que a entrevista concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) ao Estadão como uma “vergonha”.

Para o ex-vice-presidente da República, as declarações do decano fazem “cair por terra” a crença na imparcialidade da Justiça.

“A entrevista do Exmo Sr Ministro Gilmar Mendes ao Estado de São Paulo faz cair por terra a crença na imparcialidade da Justiça. Ao opinar sobre caso que irá julgar, o Ministro rasga tudo aquilo que constitui o Estado de Direito. Como diria um comentarista da vida pública: ‘isto é uma vergonha’“, escreveu Mourão no X.

Gilmar vê atos de 8/1 como “próximos ao terrorismo”
O ministro Gilmar Mendes, do STF, classificou os atos de 8 de janeiro de 2023 como crimes “próximos ao terrorismo” e afirmou que, em sua avaliação, não devem ser contemplados por qualquer projeto de anistia.

Ao Estadão, ele comentou a proposta de anistia que circula no Congresso, que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Entendo o debate como um debate político. Não vejo nenhuma perspectiva disto frutificar. Em alguns casos, inclusive, são crimes que sequer poderiam ser contemplados por anistia. São crimes muito próximos do terrorismo, contra o próprio Estado de Direito, e não deveriam ser contemplados por anistia. Não vejo condições para que esse debate prossiga na vida jurídica, mas entendo a perspectiva política, a ideia de falar-se em exagero judicial, de tentar minimizar os fatos do 8 de janeiro. Nós não podemos nunca esquecer esses fatos e seus contextos.”

Gilmar afirmou ainda que o planejamento de atos para desestabilizar o governo, como tentativa de golpe de Estado, já deve ser tratado como crime e que o debate político sobre uma possível anistia não deve ofuscar a gravidade dos eventos.

O decano do STF também criticou a postura do Exército em relação aos acampamentos montados por apoiadores de Bolsonaro antes dos ataques e afirmou que a tolerância da força militar foi decisiva.

“Foram eles que deram assentimento, forneceram luz, forneceram água para essas pessoas.