quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Efeito Trump: Google encerra política de 'metas de diversidade'

 Empresa se juntou ao grupo de big techs que revisaram medidas para a 'inclusão' de grupos sub-representados' no mercado de trabalho


Sede da Google na Califórnia, EUA | Foto: Divulgação/Wikimedia Commons

O Google anunciou uma mudança significativa em sua abordagem de diversidade, equidade e inclusão (DEI), eliminando as metas de contratação de grupos sub-representados. A empresa comunicou, por e-mail, que não fixará novos objetivos para aumentar a diversidade em sua força de trabalho, alinhando-se a outros gigantes da tecnologia que estão revisando suas estratégias de DEI. 

Em 2020, depois do clamor por “justiça racial” desencadeado pela morte de George Floyd, o Google estabeleceu a meta de elevar em 30% a representação de liderança de grupos sub-representados até 2025. No entanto, o mais recente relatório da Alphabet, controladora do Google, omitiu a declaração de compromisso com a DEI, presente de 2021 a 2024. 

Mudanças no Google O relatório de diversidade de 2024 do Google mostrou que 5,7% dos funcionários nos EUA eram negros e 7,5% eram latinos, uma melhora em relação aos 3,7% e 5,9% de quatro anos atrás. A empresa está reconsiderando a divulgação de seus relatórios anuais de diversidade, prática adotada desde 2014. 

O Google também está revisando seus programas de DEI, incluindo subsídios e treinamentos, especialmente aqueles considerados arriscados ou menos impactantes. Essa revisão faz parte de um esforço mais amplo para alinhar suas iniciativas às decisões judiciais e às ordens executivas do governo Trump, que buscavam restringir programas de DEI no governo e entre contratantes federais. 

Com a volta de Trump, empresas de tecnologia revisam políticas de diverisdade 


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump | Foto: Reprodução/Redes sociais

O Google tomou essa decisão em um momento em que várias empresas de tecnologia estão revendo suas iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). No mês passado, a Meta, dona do Facebook, desfez sua equipe de diversidade e eliminou metas para contratar mais mulheres e minorias. 

Segundo a vice-presidente de RH, Janelle Gale, as mudanças foram influenciadas pelo cenário legal e político dos EUA. 

Da mesma forma, a Amazon anunciou em dezembro que encerrará algumas iniciativas de diversidade até o fim de 2024, removendo de seu site a frase “diversidade, equidade e inclusão são boas para os negócios”, mas mantendo outras referências ao tema. 

Além disso, empresas como a Apple enfrentaram pressão de acionistas para reduzir esforços de DEI. 

A Apple recomendou que rejeitassem uma proposta do think tank conservador National Center for Public Policy Research, que queria encerrar suas políticas de inclusão. 

Essas mudanças mostram um movimento mais amplo no setor, com ajuste ou redução, por grandes corporações, da linguagem sobre diversidade em seus relatórios, à medida que lidam com desafios legais, políticos e de acionistas. 

Revista Oeste