Brasil é um anão econômico. País que tem um PIB uma vez e meia menor que o valor de mercado da Microsoft, para ficar num caso só, é anão. O resto é Lula, Janja, PT, STF, centrão, gangues partidárias, irmãos Batista, PCC e mais do mesmo.
Em seus quase dois anos de governo, Lula fez o país regredir à classificação de nação bandida
\O Brasil ganhou dez anos atrás, durante o governo Dilma, um desses apelidos que pegam para o resto da vida: “anão diplomático”. Com a volta de Lula à Presidência da República, segundo eles, “O Brasil Voltou”. Mas o lema certo seria “O Anão Voltou”. Não poderia mesmo ser diferente. Se há uma coisa que Lula sabe fazer na vida é encolher tudo o que lhe passa pela frente — em 15 dias de convívio com ele, por exemplo, um King Kong ou um Godzilla passariam a ser descritos, segundo manda a Bíblia da lacração universal, como “pessoas vulneráveis em função do nanismo”. Lula, no caso, fez o pior que se pode fazer nessas circunstâncias: ficou revoltado com o apelido, e é aí que o apelido pega de vez. Quanto mais ele diz que o Brasil não é anão, mais anão o Brasil fica.
Ex-presidente Dilma Rousseff, durante reunião do G20 | Foto: Ricardo Stuckert/PRO presidente, só para se ter ideia, começou anunciando que o seu primeiro grande projeto internacional, essas coisas que os analistas políticos chamam de “projeção de poder”, seria o gasoduto multipolar de Vaca Muerta. Como seria possível alguém “projetar” alguma coisa com um nome desses? Aí fica difícil. Nem é preciso dizer que o gasoduto de Lula não trouxe ao Brasil, até agora, o gás necessário para fazer um único ovo frito.
A vaca continua mais muerta do que jamais esteve. Andaram falando de novo dela nesses dias, mas o dono da vaca é a Argentina, e uma das prioridades de Lula é odiar o presidente Javier Milei — com quem quis disputar as últimas eleições e acabou virando farinha de rosca. Daí em diante, foi tudo cada vez mais cuesta abajo, como no tango de Gardel. O Brasil deste momento está sendo mais anão do que nunca, pois nossa política externa opera hoje com três ministros ao mesmo tempo, e não há nada como três ministros cuidando de uma coisa só para desandar qualquer maionese.
É a velha história: o paciente pode sobreviver a um médico, mas de uma junta ninguém escapa. O Itamaraty de hoje tem um ministro oficial, cuja autoridade chega só até o homem do cafezinho, um ministro da vida real, que já passou dos 82 anos e vive no tempo do Sputnik, e Janja, a diplomata aparentemente preferida do presidente da República. Janja não para. Na última vez que quis mostrar como é mesmo a sua política exterior, disse a um personagem que pode ter atuação importante nas relações com os Estados Unidos, sempre uma prioridade da diplomacia brasileira: “Fuck you, Elon Musk”. Foi o ponto mais baixo a que o Brasil chegou na sua carreira de anão.
Já está difícil com Lula. Em seus quase dois anos de governo, a busca de “protagonismo” para o Brasil no cenário mundial fez o país regredir à classificação de nação bandida, sem poder militar capaz de abater uma galinha boliviana e com paixão pelas piores ditaduras do planeta. Lula é a favor da Rússia na invasão da Ucrânia. É a favor dos terroristas que assassinam civis em Israel. É a favor, na prática, do roubo das eleições pelo ditador da Venezuela. Agora, com Janja cometendo o ato de cafajestismo mais primitivo que já se viu na história da República em torno de um presidente brasileiro, fica impossível. O que ela fez foi pegar o microfone, em mais um de seus surtos como animadora de auditório em festa de subúrbio, e dizer oficialmente ao mundo: “Atenção, mundo. O Brasil é anão”.
Só pode ser, é claro. Como não ser anão, se o presidente do país não tem capacidade nem para fazer sua própria mulher se comportar com um mínimo de educação? A vida conjugal de Lula é assunto privado dele mesmo e de Janja — mas só até o ponto em que a mulher resolve se exibir como personagem “importante” na vida pública do marido. Janja não deixa o homem em paz. Vai junto em tudo o que ele vai. Se mete nas suas reuniões — em geral fica mexendo no celular, mas quer mostrar que está lá.
Nunca ajudou em nada, e nem poderia ajudar, sendo a analfabeta funcional de pai e mãe que é. Imagina-se uma performer de palco. Não lhe passa pela cabeça que ninguém é eleita, ou aprovada em concurso, para a posição de primeira-dama. Não é mérito — é só casamento. Agora deu para insultar o próximo com palavras de baixo calão. Lula, há 40 anos, demonstra que só tem coragem para atirar nos feridos que estão caídos no chão e não podem se defender — ou, então, o poderoso remoto, inofensivo ou sem rosto que não vai lhe fazer nada, tipo a “ordem econômica internacional”, a “fome” e outros inimigos em estado gasoso.
No caso do “fuck you“, mais uma vez, ele foi Lula no papel de Lula. Até agora não teve a capacidade de reprovar em público a estupidez que a mulher cometeu; fez uns resmungos dizendo que “não se deve xingar” os outros, e disso não passou. Muito melhor fez o ministro que não teve vergonha alguma de se exibir como o Puxa-Saco Geral da União e já saiu na frente dizendo que a grosseria primitiva de Janja era “um grito” que todos “os brasileiros” queriam dar.
O presidente da República pode ser o marido bocó do folclore — o homem velho que casa com mulher nova e se imagina o galo do terreiro, mas só consegue fazer os outros rirem ao se comportar como um banana em tempo integral. Também pode não ser. Mas está fazendo um papel tão parecido, mas tão parecido, que fica cada vez mais difícil notar a diferença. No caso específico de Janja, como ele é o presidente do Brasil, a comédia dá um prejuízo gigante para o pagador de impostos. A ministrada e o resto da gataria gorda do governo aprenderam, antes mesmo de se sentarem nas suas cadeiras, que a prioridade máxima de qualquer zé mané de Brasília é puxar o saco de Janja. Puxou, levou — e, no fim das contas, o Erário pagou.
No último assalto, levaram R$ 35 milhões (e a fatura ainda não está fechada) da banda mais extremista das estatais, pagando o Janjapalooza — um “festival de música” de baixa categoria apresentado por Janja nas vésperas da conferência do G20 no Rio de Janeiro. Diretores do Banco do Brasil circulavam entre os quiosques do “evento” em carrinhos de golfe, protegidos por seguranças armados; vendiam-se bandeiras de Cuba, e o resto é o que você pode imaginar. Essa reunião de magnatas, a propósito, foi uma espécie de Apoteose do Brasil Anão. Roubaram um carro da comitiva oficial. Faltou água no recinto. Caiu a internet na sala de imprensa. O G20 deveria “projetar” o Brasil como potência do “Sul Global” de Lula. Mostrou o Brasil como ele é.
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Nada é mais revelador do verdadeiro caráter dessa quermesse, que deveria ser o ponto culminante da diplomacia lula-amorinista, do que a comemoração feita pelo governo, o Itamaraty e os seus jornalistas daquilo que todos eles consideram a vitória monumental do G20 do Rio de Janeiro: saiu um comunicado oficial ao fim da reunião. É um dos pedaços de papel mais sem gosto, sem cheiro e sem cor que já saiu de uma aglomeração de burocratas como essa.
Mas aí é que está: o risco era que não saísse comunicado algum, nem com essas bobagens cansativas que acabaram divulgando para a imprensa, sob a indiferença absoluta do mundo das realidades. Foi isto a obra-prima da nossa política externa: montar um comunicado tão pedestre, tão vazio e tão morto, que ninguém, no fim, precisou sequer se dar ao trabalho de achar ruim. O flop maciço do G20 no Brasil só foi visto como um grande êxito no sistema de propaganda do Itamaraty e do governo na imprensa brasileira, mas é óbvio que isso não muda nada na vida como ela é.
Deu errado porque não podia dar certo, e não podia dar certo porque ninguém que tem alguma relevância real no mundo está interessado em lidar a sério com qualquer dos altíssimos propósitos da conferência. Também não adiantaria nada se tivessem. Ninguém vai mudar nada na “crise climática”, por duas razões centrais. A primeira é que não existe “crise climática” — existe o clima, como sempre existiu, mas não existe a crise. A segunda é que, seja lá o que existir, o homem não pode resolver. Quanto à “fome no mundo”, não há a mais remota possibilidade de se gerar uma única caneca de sopa se o serviço for entregue aos governos.
Em 10 mil anos de vida mais ou menos parecida com o que ela é hoje, nunca a humanidade se alimentou tanto e tão bem como se alimenta agora — e isso num mundo que tem 8 bilhões de habitantes, algo que nunca teve. Nada disso se deve a qualquer governo, ou qualquer organização internacional. Ao contrário: há 80 anos a repartição da ONU que cuida do tema, a FAO, consome bilhões de dólares e só serve, no fundo, para alimentar os seus próprios funcionários e magnatas da diretoria.
Todo o imenso progresso que se fez para reduzir a fome do mundo a seus níveis atuais vem da aplicação intensa de capital privado, tecnologia avançada e esforço humano no desenvolvimento da agricultura. O Brasil é provavelmente o exemplo mais dramático dessa realidade. Há 50 anos era um anão agrícola, como é hoje um anão de Lula e Janja.
De lá para cá tornou-se simplesmente um dos dois ou três maiores exportadores de comida do mundo; alimenta a si próprio e a mais 1 bilhão de pessoas nos cinco continentes. Em nenhuma área o Brasil vai tão bem quanto no agronegócio — e é essa, justamente, a área que o governo Lula, a esquerda e o seu universo mais detestam. O resto é uma cena de desastre.
O Brasil é um anão moral, para começar; nenhum país escapa de ser, se tem um Dias Toffoli no seu supremo tribunal de Justiça, perdoando em massa criminosos confessos que praticaram corrupção ativa.
É um anão legal, se tem Alexandre de Moraes e suas agressões diárias à Constituição Federal e ao resto da legislação brasileira. É um anão democrático, se tem presos políticos e exilados no exterior. É um anão militar, que não conseguiria defender seu território de um ataque dos pigmeus de Bandar. É um anão tecnológico, que não tem nada a oferecer de útil, ou vendável, para o resto do mundo.
É um anão econômico, até isso — país que tem um PIB uma vez e meia menor que o valor de mercado da Microsoft, para ficar num caso só, é anão. O resto é Lula, Janja, PT, STF, centrão, gangues partidárias, irmãos Batista, PCC e mais do mesmo.
J.R. Guzzo, Revista Oeste