sábado, 23 de novembro de 2024

As expectativas do banco Morgan Stanley sobre a Argentina e o Brasil

 As boas notícias para a América Latina e os sinais positivos não vêm dos maiores países', informou o gigante financeiro


Milei com Luis Caputo, ministro da Economia - Reprodução

O Morgan Stanley tem expectativas positivas para a Argentina em 2025. O banco norte-americano destaca os “progressos extraordinários” do país na direção de ajustes fiscais e esforços de desregulamentação, em contraste com os riscos fiscais do Brasil. “As boas notícias para a América Latina e os sinais positivos não vêm dos maiores países”, diz o Morgan Stanley no mesmo relatório em que rebaixou a recomendação de investimento para o Brasil. 

O que o Morgan Stanley vê na Argentina O banco sugere que a Argentina, por sua mudança econômica radical sob o mandato de Javier Milei, pode ser o “canário na mina” em termos de direção política para a região.




Historicamente, os mineradores levavam um canário em uma gaiola para o trabalho, por ter pulmões mais sensíveis a gases tóxicos que os de um ser humano. Assim, se o canário parasse de cantar, era sinal de uma concentração perigosa de gases na mina. Ou seja, um sinal da necessidade de saída imediata do lugar. 

Morgan Stanley prefere a Argentina de Milei 

Na visão do Morgan Stanley, a Argentina pode ser o sinal de uma mudança mais ampla no continente. Com eleições no Chile, Colômbia, Peru e Brasil nos próximos dois anos, “nos perguntamos se a mudança radical da Argentina em direção à ortodoxia poderia abrir caminho para plataformas políticas semelhantes na região”. 

Ainda é só o começo da recuperação da Argentina, diz o relatório do banco, que é o nono maior do mundo, segundo a classificação da consultoria GlobalData. Enquanto outros países da América Latina, como o Brasil, têm dificuldades para avançar com agendas de reformas estruturais, o país dos pampas “está tentando avançar de forma agressiva”.

l Presidente Javier Milei mantuvo una reunión con la Directora Gerente del Fondo Monetario Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, en el marco de la Cumbre del G20 en Río de Janeiro. 1:40 PM · 19 de nov de 2024 5,7 mil Responder Copiar link Ler 137 respostas 

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O mais importante para a retomada econômica argentina é a agenda de reformas, que sustenta o apoio dos eleitores locais. Apesar da recessão econômica que abateu o país recentemente, a gestão ortodoxa de Javier Milei pode se traduzir em aumentos significativos da entrada de capital no país. 23/11/2024, 09:56 M

“Investimentos de longo prazo e gastos de capital em infraestrutura e projetos de maior duração são desafios cruciais para as narrativas de crescimento da região.” Já o Brasil pode “piorar antes de melhorar” O banco norte-americano diz que tanto a Argentina quanto o Brasil estão cada vez mais parecidas com o Texas, no sentido de exportarem alimentos e commodities energéticas para o mundo. A diferença é que, enquanto os hermanos põem a casa em ordem, as condições no Brasil “podem piorar antes de melhorar”.

Não basta o investimento no Brasil estar barato para o investidor estrangeiro, é preciso fazer sentido colocar dinheiro no país. E essa justificativa não está clara, considera o relatório, divulgado na última segunda-feira, 17. 

O Morgan Stanley reduziu a alocação de capital no Brasil e no México, devido a riscos políticos e dúvidas sobre o crescimento. Apesar de verem potencial de crescimento nos dois países, os analistas econômicos do banco consideram prematuro apostar em projeções positivas, enquanto não houver responsabilidade fiscal no Brasil e fortalecimento do arcabouço institucional no México. 

Para o Brasil, qualquer otimismo depende da troca do modelo de crescimento econômico, que atualmente se baseia em consumo e gasto público, para o modelo fundamentado em investimento e exportação. A mudança depende de juros mais baixos – que, por sua vez, dependem de responsabilidade fiscal, frisou o Morgan Stanley. Já um cenário pessimista para o país requer apenas “a continuação do atual padrão de gastos e dominância fiscal”




Não basta o investimento no Brasil estar barato para o investidor estrangeiro, é preciso fazer sentido colocar dinheiro no país. E essa justificativa não está clara, considera o relatório, divulgado na última segunda-feira, 17. O Morgan Stanley reduziu a alocação de capital no Brasil e no México, devido a riscos políticos e dúvidas sobre o crescimento. Apesar de verem potencial de crescimento nos dois países, os analistas econômicos do banco consideram prematuro apostar em projeções positivas, enquanto não houver responsabilidade fiscal no Brasil e fortalecimento do arcabouço institucional no México. 

Para o Brasil, qualquer otimismo depende da troca do modelo de crescimento econômico, que atualmente se baseia em consumo e gasto público, para o modelo fundamentado em investimento e exportação. A mudança depende de juros mais baixos – que, por sua vez, dependem de responsabilidade fiscal, frisou o Morgan Stanley. Já um cenário pessimista para o país requer apenas “a continuação do atual padrão de gastos e dominância fiscal” 



Revista Oeste