quarta-feira, 24 de maio de 2023

Tina Turner, cantora americana rainha do rock n' roll, morre aos 83 anos

 

Ela lançou hits como 'What's Love Got to Do with It', ganhou 8 prêmios Grammy e vendeu mais de 100 milhões de discos. Assessor disse que ela morreu 'após longa doença' em sua casa na Suíça.


Tina Turner canta "Wildest Dream" durante apresentação em Basel, na Suíça, em julho de 1996 — 
Foto: REUTERS/Stringer/Arquivo



Tina Turner, cantora americana considerada a rainha do rock n' roll, 

morreu aos 83 anos. A morte foi confirmada pelo assessor dela 

nesta quarta-feira (24). A causa da morte não foi divulgada, mas ela 

morreu "após uma longa doença" em sua casa na Suíça.


A cantora de sucessos como "What's Love Got to Do with It", "The Best" e 

"We Don't Need Another Hero" se lançou em carreira solo nos anos 1980. 

Antes, Tina e o ex-marido, Ike Turner, que morreu de uma overdose de 

cocaína em 2007, fizeram sucesso no final dos anos 1960 e início 

dos anos 1970.


Tina ganhou oito prêmios Grammy e vendeu mais de 100 milhões de discos  
em todo o mundo.

 

Do soul ao rock


Anna Mae Bullock nasceu em uma família pobre dos Estados Unidos. 

Aos 15 anos, foi abandonada pelos pais e cantou em boates para se sustentar.


Em uma das apresentações, conheceu Ike Turner com a banda The Kings 

of Rhythm. Anna Mae pediu para ser backing vocal e em pouco tempo se 

tornou uma das vozes principais. Ike e a cantora decidiram formar uma dupla 

e, após se casarem, ela adotou o nome artístico Tina Turner. Ao lado do marido, 

dominou o cenário da música soul nos anos 60 e 70.


Na vida pessoal, o casamento foi marcado por brigas e escândalos. Alcóolatra

 e dependente de drogas, Ike culpava Tina pelo declínio da dupla, a agredia, 

humilhava e traía. Ela apareceu em público diversas vezes com o olho roxo ou

 com o lábio inchado. Depois de 18 anos, ela pediu o divórcio. Na justiça, 

propôs abrir mão de todo o patrimônio em troca de manter o sobrenome Turner.


O recomeço


Tina recomeçou do zero. Sem dinheiro, morou com uma amiga e abriu shows 

para outros grupos famosos, como os Bee Gees. Para voltar ao cenário musical, 

apostou no rock, influenciada por David Bowie e Rolling Stones (uma curiosidade

: Mick Jagger se inspirou em Tina para criar sua icônica dancinha nos palcos). 

Adotou ainda novo estilo, com roupas ousadas e cabelos loiros espetados.



Mick Jagger e Tina Turner se apresentam no Rock and Roll Hall of Fame, em Nova York, 
\em janeiro de 1989 — Foto: REUTERS/Stringer/Arquivo


Em 1984, lançou o álbum "Private dancer". "Whats love gotta 

do with it", que ela não queria gravar quando ouviu pela primeira vez, 

virou um megassucesso e ajudou Tina a vender mais de dez milhões

 de cópias em todo o mundo. O título de "rainha do rock" surgiu 

aos 45 anos. Nos shows e clipes, ela cantava e dançava sem perder 

o fôlego.


Em 1986, lançou a biografia "Eu, Tina: a história da minha vida", sobre 

a trajetória profissional e pessoal com o ex-marido, além de revelar as

 agressões. O livro virou filme em 1993, estrelado por Angela Basset e

Laurence Fishburne.



O álbum seguinte foi "Break every rule", com o qual Tina fez a maior

 turnê de sua carreira. Foram 14 meses viajando. Um show desta turnê

 no Brasil entrou para o livro dos recordes: a cantora reuniu 184 mil

 pessoas em uma única apresentação no Maracanã. O show foi 

transmitido ao vivo para todo o mundo.


No início dos anos 90, lançou a música "The best", tema de alguns 

atletas.  Um deles foi Ayrton Senna, que subiu no palco ao lado 

de Tina em um show na Austrália, em 1993.


Além da música, ela estrou nos cinemas em 1975 no filme "Tommy". 

Dez anos depois, atuou em outro sucesso, "Mad Max – Além da cúpula

 do trovão". Cantou também o tema "We Don't Need Another Hero". 

Outra participação marcante em trilhas foi na de "007 contra Golden

Eye".


O sucesso da música fez com que Tina Turner, então com 56 anos, 

lançasse um álbum, "Wildest dreams". No fim da década de 90, lançou

 o nono álbum da carreira solo e anunciou a aposentadoria dos palcos.

 "Twenty four seven" emplacou dois hits, mas o clima de despedida 

atraiu milhões para os shows.


Em 2008, para marcar os 50 anos dos prêmios Grammy, fez uma 

apresentação histórica. Além de cantar seus grandes sucessos, fez 

um dueto com Beyoncé.


Beyonce canta com Tina Turner durante a 50ª edição do Grammy, em Los Angeles, 
em fevereiro de 2008 — Foto: REUTERS/Mike Blake/Arquivo


Quando fez 73 anos, Tina Turner superou Meryl Streep e foi 

a mulher mais velha a estampar a capa da revista "Vogue". 

Em 2021, um 

documentário da HBO recontou com detalhes a vida e 

carreira dela.


Tina deixa seu segundo marido, o executivo musical alemão Erwin 

Bach. Eles se casaram em julho de 2013, após 27 anos juntos. Ela

deixa também dois filhos de Ike Turner, Ike Turner Jr e Michael 

Turner, adotados por ela.


O primeiro filho, Craig Raymond Turner, morreu em julho de 2018. 

Outro filho, Ronnie, morreu em dezembro de 2022.



G1