'Profissional' que associou Santa Catarina ao regime alemão segue escrevendo para o 'jornal', que admitiu ter publicado uma mentira
O 'jornal' Folha de S.Paulo resolveu manter em seu time de colunistas a escritora Giovana Madalosso. A manutenção ocorre depois de o veículo de comunicação admitir que a articulista publicou fake news, na qual associou uma cidade de Santa Catarina ao nazismo.
Contratada pelo 'jornal' paulistano em janeiro deste ano, Giovana é responsável por colaborações semanais para a versão on-line da publicação. Os textos assinados por ela são veiculados originalmente aos domingos. Na estreia, ela foi apresentada como escritora, roteirista e cronista.
Mesmo depois de, no dia 21 de maio, afirmar que foi “surpreendida por uma possível saudação nazista” ao visitar com a família uma cidade do interior catarinense, Giovana seguiu como colunista do jornal. No último domingo, 28, ela mudou de tema, mas permaneceu na lista de articulistas ativos da FolhaLixo. O texto intitulado “Vovó viu a vulva” está no ar desde o início da manhã de ontem.
Até o momento, a colunista Giovana não pediu desculpas pela fake news. O que ela fez foi tornar como privadas as suas contas no Instagram e no Twitter.
A fake news da colunista da Folha
Sem fazer a devida apuração jornalística, Giovana Madalosso usou a sua coluna no site da Folha de S.Paulo para afirmar — equivocadamente — que a inscrição em alemão heil, que em português significa “salvação”, presente nos telhadas de algumas casas de Urubici (SC) representariam “muito provavelmente” uma saudação nazista, regime totalitário da Alemanha que teve Adolf Hitler como líder.
O heil, no caso, não tem nada a ver com o nazismo. Heil é apenas o sobrenome da família proprietária de imóveis em cidades catarinenses — e que deixa a inscrição como marca para ajudar na localização de eventuais locatários. A fake news repercutiu nas redes sociais. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, demonstrou indignação com a situação. “Injustiça com o povo catarinense”, afirmou o governante.
Com a fake news protagonizada pela colunista, a Folha adotou duas medidas:
- tirou, num primeiro momento, do texto a afirmação de que heil seria “muito possivelmente” uma saudação nazista; e
- admitiu o erro seis dias depois, em nota publicada na seção Erramos.
Apesar de ter admitido a publicação de fake news, o texto de Giovana Madalosso segue no ar — agora com a afirmação de que a inscrição heil é “possivelmente” (sem o “muito”) uma saudação nazista. Ou seja, além de manter a colunista em seu time de colaboradores, a direção da Folha de S.Paulo mantém uma informação equivocada no ar.
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Anderson Scardoelli, Revista Oeste