O Jornal da Noite de segunda feira (01) recebeu dois convidados muito especiais, Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação, e Arthur Weintraub, pós-Doutor pela Unifesp. Circula a possibilidade, inclusive, que Abraham Weintraub se candidate a governador em 2022, algo que ele não descarta totalmente, dependendo das circunstâncias.
Ao sair do Brasil, talvez Abraham Weintraub tenha escapado de um destino parecido com o do jornalista Oswaldo Eustáquio e do deputado federal Daniel Silveira.
“É tudo muito novo, estamos dispostos a ajudar o Brasil, queremos ajudar o Brasil. A posição em si, não é o principal, é o time que é mais importante, você precisa ter um time, ter um grupo que transforme a direção para onde estão sendo conduzidas as coisas no mundo. Eu tive que sair do Brasil, na prática, sou um exilado, eu acho teria sido preso, se eu tivesse ficado. Eu não sei se meus direitos políticos vão ser cassados, eu não sei se, pisando no território nacional, serei imediatamente preso.
Eu não tenho partido, então, naquele jogo partidário, eu tenho que achar um partido que não queira vender nosso nome. Eu preciso garantir que minha família permaneça no exterior e não seja mais ameaçada. Quando eles vieram para cima da gente, tentaram conversar, não deu certo. Vieram fisicamente, enfrentamos, mas quando vieram em cima da família, deu medo. Estamos pensando muito, discutindo muitas estratégias, pretendemos voltar sim para o Brasil e ajudar na luta pela liberdade”, ressaltou Abraham Weintraub.
Admirados pela coragem, os irmãos Weintraub encontraram muito apoio entre a população. De acordo com Arthur, isso foi fundamental:
“Se não fossem vocês nos apoiando, nossa reputação já teria sido esmagada”, ressaltou.
Felipe Neto, o novo Paulo Freire?
De acordo com Abraham Weintraub, hoje a esquerda está com vergonha de Paulo Freire.
“Eles não estão colocando Paulo Freire tão na fachada, e estão começando a criar os novos Paulo Freire, que é o Felipe Neto... ele é o principal, ele está sendo construído para ser a nova referência para a juventude. Por isso ele até tem falado, tem que tirar o Machado de Assis, dando pitaco na Educação”, frisou.
Escolas no Brasil: problemas e soluções
Abraham Weintraub lembrou os desafios que enfrentou à frente do Ministério da Educação:
“São infindáveis os problemas. O que me chamou mais atenção, que eu não esperava encontrar... enteado de traficante, de sete, oito, nove anos ameaçando professores... dizendo que o ‘bonde’ vai pegar o professor, isso é uma coisa que acontece com certa frequência. A quantidade de escolas com internet era muito baixa, agora, em tese, todo mundo tem internet banda larga. Na área de fronteira do Brasil, principalmente nas áreas indígenas ou rurais, você tem escolas com apenas uma sala, onde uma professora dá aula para crianças de várias idades. Você tem de tudo, até exemplos fantásticos e muito bons, só que eles são exceção, não são a regra. De modo geral, a sala de aula no Brasil é muito ruim. E o projeto da escola cívico-militar era transformador nesse sentido”, explicou.
Os irmãos Weintraub falaram também sobre as famílias que monopolizam o poder no Brasil, e o papel da mídia militante, entre outros temas de relevância nacional. A entrevista está imperdível, assista e compartilhe!
Jornal da Cidade