O astronauta norte-americano Michael Collins, que ficou no módulo de comando da Apollo 11 no dia 20 de julho de 1969 enquanto Neil Armstrong e Buzz Aldrin viajavam à superfície lunar para se tornarem os primeiros humanos a caminharem na lua, morreu nesta quarta-feira, 28, aos 90 anos. Um comunicado da família disse que Collins morreu de câncer.
Descrito como o terceiro astronauta da missão histórica, Collins ficou sozinho durante mais de 21 horas até seus dois colegas voltarem ao módulo lunar. Ele perdeu contato com o controle da missão em Houston todas as vezes em que a espaçonave circundou o lado escuro da Lua.
O astronauta Michael Collins, na Apollo 11, em foto de 19 de junho de 1969 Foto: AP
"Desde Adão, nenhum humano conheceu tanta solidão quanto Mike Collins", registrou o diário da missão, referindo-se à figura bíblica. Collins escreveu um relato de suas experiências na autobiografia de 1974 "Carrying the Fire", mas praticamente evitou qualquer tipo de vida pública.
"Sei que eu seria um mentiroso ou um tolo se dissesse que tenho o melhor dos três assentos da Apollo 11, mas posso dizer com verdade e equanimidade que estou perfeitamente satisfeito com o que tenho", disse Collins em comentários divulgados em 2009 pela Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa).
Ele evitou grande parte do frisson midiático com que os astronautas foram recebidos ao voltar à Terra, e mais tarde criticou muitas vezes o culto da celebridade. Sua lembrança mais forte da Apollo 11 foi contemplar a Terra, que ele disse parecer "frágil".
Rosalba O'Brien, Reuters