terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Trump diz a Fórum de Davos para rejeitar alarmismo ambiental. E exaltou o sucesso da economia dos Estados Unidos

DAVOS
Não houve fanfarra neste ano como em 2018, quando Donald Trump subiu ao palco apenas após uma banda homenageá-lo. Desta vez, antes de seu discurso, um coro de vozes tocou uma canção informalmente considerada o hino da suíça.
Bumbos para bater, somente no discurso, no qual disse que “os EUA estão se superando”. “Estamos vencendo de novo”, afirmou.

O presidente Donald Trump, durante discurso em Davos - Denis Balibouse/Reuters
“Temos motivos para sermos otimistas. Não é tempo para as dúvidas ou para o medo”, disse, enumerando previsões mais soturnas que não se concretizaram. “Temos que rejeitar esses profetas do fim do mundo de sempre e suas previsões catastrofistas.”
Apesar do cutucão, o americano também tentou cicatrizar algumas feridas, algo que não fez em sua primeira participação, em 2018.
O presidente da maior potência mundial disse que o ar em seu país nunca foi tão limpo e que está comprometido com “cuidar das belezas naturais da criação divina”.
Não fez, contudo, nenhum sinal de que pretenda trabalhar com a indústria para reduzir a emissão de gases estufa. Mas recebeu palmas ao dizer que os EUA se uniriam à iniciativa do Fórum, anunciada no ano passado, para plantar 1,2 trilhão de árvores —o cuidado com o ambiente é um dos eixos da reunião deste ano, e tem sido cobrado de governos e empresas.
A principal mensagem para a plateia lotada de líderes políticos, ativistas sociais, empresariais e jornalistas em sua segunda aparição no Fórum (ele não veio em 2019), entretanto, era a de que as tensões com a China arrefeceram, ao menos por ora.
Na opinião de Trump, a relação “nunca esteve melhor”. “Eu e o presidente Xi [Jinping], nós nos amamos”, disse o americano.

Pequim e Washington selaram recentemente um acordo para suspender a chamada guerra comercial, que mergulhou o mundo —e os investidores— em incertezas nos últimos meses.

Trump declarou a outros líderes que as coisas haviam entrado nos eixos. Ressaltou acordos comerciais com Canadá e México e o desejo de forjar um pacto com a Coreia do Sul e o Reino Unido.
O discurso de Trump durou 30 minutos.
A viagem do presidente dos Estados Unidos demonstra confiança e foca no eleitorado americano, que vai às urnas em novembro. 
Ao longo do pronunciamento, Trump enumerou feitos, sobretudo a recuperação do mercado de trabalho americano, e exortou outros países a seguirem seus passos.

“Peço que liberem seus cidadãos do fardo da burocracia”, exclamou.

O índice de desemprego nos EUA paira atualmente em 3,5%, o menor nos últimos dez anos e um dos mais baixos da história.
“Ninguém está no nosso nível. Alguns chegarão, porque muitas coisas boas aconteceram com os EUA e podem acontecer com outros países”, exclamou, para um riso do público de 1.500 pessoas.  

Luciana Coelho e Alexa Salomão, Folha de São Paulo