A denúncia do MPF contra auditores da Receita que atuam na aduana no Porto de Itaguaí, seus parentes e uma sócia de um dos filhos tem aquela lista de bens de luxo que caracterizam esse tipo de escândalo que envolve servidor público.
Nessa relação tem uma moto de 1000 cilindradas, carros importados adquiridos com uso de recursos que não transitaram por contas bancárias, compradas com dinheiro em espécie. Tem também apartamento subfaturado na orla da Barra da Tijuca. E objetos de decoração e eletrodomésticos de alto valor.
Mas o que impressiona mesmo são os valores das movimentações de recursos nas contas bancárias dos investigados. São despesas incompatíveis com os rendimentos, aponta a denúncia, assim como enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro.
No período investigado, de cinco anos, uma dos citadas, seus pais, um filho e a sócia dele aparecem como tendo movimentado R$ 38 milhões no débito e R$ 38 milhões (mesmo valor) no crédito em suas contas.
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A peça acusatória conta que na conta corrente de outro auditor, somente na dele, passaram R$ 7,6 milhões no débito e também R$ 7,6 milhões no crédito.
No esquema de lavagem de dinheiro de um dos acusados, há até mesmo o uso de uma confecção e de um quiosque na orla da Barra, em sociedade com outro proprietário.
Bretas diz que a acusação é bem minuciosa.
“Diante da análise dos dados bancários e fiscais, cujo afastamento de sigilo foi judicialmente autorizado, assim como o seu compartilhamento com a Receita Federal, restou constatado, em tese, nos termos das informações produzidas pela Corregedoria da Receita Federal, na forma de Relatórios Patrimoniais, atos concretos de incremento patrimonial injustificado de grande parte dos servidores públicos investigados, bem como práticas de sonegação, ocultação e/ou dissimulação da origem de bens e valores”, escreveu o juiz federal.
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