Nessa quinta-feira, 27, o francês havia ameaçado não assinar nenhum tratado comercial com o Brasil caso Bolsonaro saia do acordo climático de Paris. A declaração tem potencial de colocar em risco os trabalhos de negociações comerciais entre a União Europeia e o Mercosul. No encontro, Bolsonaro reiterou o compromisso de permanecer no Acordo de Paris e convidou o francês para visitar a Amazônia.
O cancelamento da reunião havia sido informado pela assessoria do Planalto, logo na sequência de críticas feitas por Macron à política ambiental de Bolsonaro. Horas depois, no entanto, os dois se reuniram.
Uma verdadeira batalha de informações e contrainformações sobre a reunião entre os presidentes se desenrolou durante o primeiro dia do encontro em Osaka. Quando a reunião ainda estava confirmada na agenda do brasileiro, a imprensa e assessoria francesas afirmaram que não havia previsão de um encontro bilateral de Macron com Bolsonaro.
Pouco depois, o encontro foi oficialmente cancelado pelo lado brasileiro. No final do dia, o porta-voz da presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que na verdade o time de Macron tentou mudar a bilateral para um encontro às 23h da quinta, 27, o qual Bolsonaro teria rejeitado.
Beatriz Bulla e Célia Froufe, Enviadas especiais a Osaka, O Estado de São Paulo
