
Também nesta quinta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) confirmou que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), anexado ao inquérito da Operação Furna da Onça, aponta movimentações financeiras suspeitas de funcionários da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj). Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, que revelou a existência do documento, o relatório aponta uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão, no intervalo de um ano, na conta de um assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), eleito senador.
Na reunião com os conselheiros, Moro sinalizou ainda que deve aumentar a estrutura do Coaf, formado por técnicos emprestados de outras áreas do governo. Hoje, o Coaf tem aproximadamente 40 funcionários. Para o ex-presidente do órgão Antonio Gustavo Rodrigues, o ideal seria uma equipe com o dobro de técnicos de que dispõe hoje. A partir de janeiro, o Coaf será presidido pelo auditor fiscal Roberto Leonel de Oliveira Lima, chefe Escritório de Pesquisa e Investigação (Espei) da 9ª Região Fiscal, a inteligência da Receita Federal no Paraná.
Na condição de auditor, Leonel trabalhou com Moro no caso Banestado e na Operação Lava-Jato. Na Receita, o auditor é visto como um talentoso investigador. Colegas não sabem se ele terá a mesma habilidade para definir políticas estratégicas de um órgão tão sensível quanto o Coaf. Mas para alguns colegas, o que importa nesse momento é que ele tem preparo técnico e conta com a confiança do futuro ministro da Justiça.
A visita e as promessas de melhorar a estrutura do Coaf não são medidas meramente burocráticas. A ampliação do poder de ação da instituição pode aumentar ainda mais o número de relatórios sobre movimentação financeira que hoje dão forte lastro a grandes operações de combate à corrupção.