A manobra para colocar o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), como conselheiro da Anvisa provocou reação no Senado. A presidente da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, Marta Suplicy (sem partido-SP), disse nesta quarta-feira que não vai indicar relator para o processo e classificou a indicação do deputado, que não se reelegeu em outubro, “sem cabimento” e “fora dos critérios técnicos e éticos”. Desta forma, ela impede que o nome seja sabatinado.
A Coluna do Estadão revelou hoje que a indicação de Moura é do ministro das Cidades, Alexandre Baldy. O ministro tentou primeiro emplacar seu sobrinho, Rodrigo Sérgio Dias, mas desde setembro Marta Suplicy paralisou o processo de sabatina diante de suspeitas envolvendo o candidato. Ciente disso, Baldy trocou a sua indicação faltando duas semanas para terminar o atual governo.
Marta divulgou a seguinte nota sobre o assunto:
“Não faz sentido e não tem cabimento a indicação, no apagar das luzes, do Deputado André Moura para uma diretoria da Anvisa. Ela não será apreciada pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal como manda o regimento interno e a legislação em vigor.Essa é a quarta indicação fora dos critérios técnicos e éticos que, como presidente da CAS, recusei-me a designar relatoria para que pudesse ser encaminhada para a sabatina e respectiva apreciação, requisitos indispensáveis para a deliberação do plenário do Senado. Mais uma indicação que não poderá e nem deverá ser levada a cabo. As razões estiveram e estão estampadas nos principais veículos da mídia nacional. Lamentável.”
Vera Rosa e Andreza Matais, O Estado de São Paulo