segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Por empregos, é preciso queimar gordura, diz futuro secretário de Política Econômica

Futuro secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, 46, foi um dos principais aliados de Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha. Tornou-se braço direito de Paulo Guedes quando este foi escolhido para comandar a Economia.
Passou por suas mãos a escolha de colaboradores e especialistas em várias áreas que ajudaram a nortear o programa de Bolsonaro. Alguns ocupavam cargos no governo de Michel Temer.
Caberá a Sachsida estruturar as medidas que o superministro da Economia levará adiante. Uma delas será a revisão das contribuições do Sistema S
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Segundo o economista, não haverá comprometimento dos programas de capacitação e treinamento das entidades. 
retrato de Adolfo Sachsida
Adolfo Sachsida, futuro secretário de Política Econômica - Divulgação
Sachsida negou também que haja planos para extinguir o programa, mas disse que, em nome dos 25 milhões de desempregados e subempregados, todo o mundo terá de dar sua contribuição, inclusive o Sistema S.
                                                                                       

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Facada no Sistema S
O futuro ministro Paulo Guedes já falou que haverá reduções nas alíquotas das contribuições de empresas que recolhem sobre a folha de pagamento para sustentar os programas das entidades do Sistema S.
Gordura para queimar
Há vários programas [mantidos pelas entidades] fundamentais. Estamos olhando o que fazer, onde tem gordura para queimar, para podermos gerar mais emprego. No Sistema S tem.
Qualidade
Os R$ 18 bilhões em repasses levaram a pagamentos de salários exagerados e a sedes suntuosas. Parece-me que há margem para corte.
Contrapartidas
Em uma ponta, a equipe econômica vai trabalhar para a redução do custo do emprego e a redução da burocracia para as empresas. Em outra, as empresas terão de fazer sua parte e usar esses recursos para gerar novos postos de trabalho. Precisamos reduzir as alíquotas para dinamizar a economia.
Garantias
Ninguém vai obrigar formalmente os empresários a usar a diferença [de alíquotas] para gerar novos empregos, mas confiamos em que eles darão sua contribuição para o país. Estamos mudando um paradigma, dando confiança à palavra e ao compromisso das pessoas.
Comparação com Dilma
É completamente diferente. A desoneração da ex-presidente Dilma Rousseff era transitória e só valia para alguns setores, os amigos do rei. Ninguém investiu por causa disso. Estamos propondo algo permanente e para todo o mundo.

Julio Wiziack, Folha de São Paulo