quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Francesa Vinci compra 50,01% das ações do aeroporto londrino de Gatwick, por US$ 3,7 bi


Vista aérea do aeroporto de Gatwick, em Londres
Foto: Bloomberg
Vista aérea do aeroporto de Gatwick, em Londres Foto: Bloomberg

LONDRES — A francesa Vinci SA concordou em adquirir o controle acionário do Aeroporto de Gatwick, de Londres, por US$ 3,7 bilhões (o equivalente a 2,9 bilhões de libras), adicionando o segundo aeroporto mais movimentado do Reino Unido ao seu portfólio, que passará a contar com 46 aeroportos em 12 países.
Com previsão de ser concluído até junho do ano que vem, o acordo para adquirir de um grupo de investidores, que inclui fundos soberanos de Abu Dhabi e da Austrália, uma participação de 50,01% tornaria o Gatwick o maior ativo na rede aeroportuária da Vinci, informou a companhia francesa nesta quinta-feira. Os 49,99% restantes continuarão sendo gerenciados pelo atual acionista, o Global Infrastructure Partners (GIP). Após o acordo, o GIP reduzirá sua participação para 21% e o Fundo de Investimentos de Abu Dhabi ficará com 7,9%. Já o Sistema de Aposentadoria dos Funcionários Públicos da Califórnia reterá 6,4%, o Serviço Nacional de Aposentadoria da Coréia 6% e o fundo soberano australiano, the Future Fund Board of Guardians, terá 8,6%.
"A transação representa uma rara oportunidade de adquirir um aeroporto de tamanho e qualidade", afirmou em um comunicado a empresa francesa, que vem expandindo seus negócios para concessões de crescimento mais rápido e mais lucrativas, como aeroportos e rodovias, bem como em projetos de engenharia para a indústria de energia.
Com 45,7 milhões de passageiros em 2018, o Gatwick se tornará o maior aeroporto único da rede global da Vinci. No entanto, tem estado sob pressão devido à intensificação da concorrência com outros aeroportos de Londres e perdeu para o Heathrow, o mais movimentado da Europa, um concurso para ganhar apoio do governo para a construção de uma nova pista.

Passageiros percorrem o o Terminal Sul do Aeroporto de Gatwick, em Londres
Foto: Toby Melville / REUTERS
Passageiros percorrem o o Terminal Sul do Aeroporto de Gatwick, em Londres Foto: Toby Melville / REUTERS

Na semana passada, um pouco antes do Natal, o Gatwick ocupou as manchetes dos jornais depois drones foram vistos na pista, o que provocou 36 horas de caos em suas operações, prejudicando a viagem de mais de 100 mil pessoas.
Stewart Wingate, executivo-chefe do Gatwick, que permanecerá em seu cargo, disse que o aeroporto está aprendendo a lição e buscando soluções para evitar que o problema se repita.
“Enquanto o anúncio de hoje marca um momento empolgante no futuro do Gatwick, minha equipe e eu continuamos focados em fazer tudo o que pudermos para garantir que a viagem corra o melhor possível para todos durante o resto do período festivo de fim de ano”, disse Wingate através de um comunicado.
A empresa de engenharia francesa de 120 anos está minimizando os riscos em torno da iminente saída da Grã-Bretanha da União Européia, já que os aeroportos rivais alertam que a demanda por viagens aéreas pode ser afetada. O Manchester Airports Group, operador do rival londrino Stansted, prevê que o atual plano Brexit poderá reduzir o número de passageiros nos próximos cinco anos, mas não espera que ele interrompa completamente o fluxo. Assim como Stansted, o Gatwick tem como alvo mais vôos de longa distância.
— Os aeroportos são investimentos atraentes, especialmente em um mundo de alta volatilidade, porque o retorno dos aeroportos pode ser bastante previsível e gerenciável, mesmo que o número de passageiros seja volátil— disse Daniel Roeska, analista da Bernstein, em entrevista à Bloomberg por telefone. — Em qualquer cenário Brexit, as pessoas ainda vão sair de férias. No longo prazo, não será afetado tanto no lado do lazer.

O Globo, com agências internacionais