quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Segundo suspeito pelo ataque contra Jair Bolsonaro é preso em Minas Gerais

Um segundo homem, suspeito de participação no atentado contra o candidato do PSL nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, foi detido pelas forças policiais de Juiz de Fora, em Minas Gerais. As informações são do Superintendente da Polícia Judiciária, Carlos Capistrano.
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, em Juiz de Fora Foto: Fabio Motta/Estadão
O suspeito, que não teve a identidade revelada, estaria neste momento sendo ouvido na Polícia Federal em Juiz de Fora. "Há informação de um segundo suspeito no caso. As investigações estão em andamento mas já temos a identificação de um provável segundo suspeito na cena do crime", disse o superintendente.

Por se tratar de um candidato à Presidência da República, a investigação fica a cargo da Polícia Federal. Conforme Capistrano, há delegados da Polícia Civil acompanhando os trabalhos na sede da PF em Juiz de Fora e no hospital da cidade, para informações sobre o estado de saúde do candidato.
"O protocolo de atuação da Polícia Militar nas atividades de campanha é o que chamamos de segurança aproximada. Ela faz a segurança ostensiva visando muito mais o público que se faz presente a esses eventos, que o candidato em si. O candidato à Presidente da República, a segurança pessoal dele, é responsabilidade dos agentes da Polícia Federal."
Em nota, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) chamou o atentado contra Bolsonaro de "agressão inaceitável". Conforme o chefe do Poder Executivo estadual, o ataque " mostra o grau de risco em que se encontra hoje mergulhada a nossa democracia."
"Como governador do Estado de Minas Gerais, quero manifestar meu repúdio ao atentado praticado em Juiz de Fora, e minha solidariedade ao cidadão Jair Messias Bolsonaro, vítima dessa agressão inaceitável", afirmou o governador. "Minas é um estado de tradição democrática, que estimula e defende o debate político civilizado e pacífico e que condena todo e qualquer tipo de intolerância e de violência, especialmente aquela que atenta contra a vida e a integridade das pessoas."
Segundo o governador, "a violência não é caminho para resolução de conflitos, nem forma de participação no processo político. A defesa intransigente dos princípios democráticos, das liberdades civis e dos direitos humanos sempre pautou minha trajetória pessoal e minha atuação pública. Enquanto cidadão e militante da causa democrática a mais de cinquenta anos, manifesto minha repugnância àqueles que pregam a violência contra adversários políticos e mais ainda aos que a praticam."
"As autoridades de segurança pública do Estado já estão mobilizadas na apuração do fato, seguindo rigorosamente todos os procedimentos legais cabíveis. Como se trata de candidato à Presidência da República, o protocolo remete o registro da ocorrência à Policia Federal, o que já foi feito", segue o texto, lido pelo governador.
"Em nome do povo mineiro, repudio de forma veemente esse ataque que, sem dúvida nenhuma, mostra o grau de risco em que se encontra hoje mergulhada a nossa democracia."

Leonardo Augusto, especial para O Estado de São Paulo, O Estado de S.Paulo