quarta-feira, 4 de julho de 2018

Copa 2018 - Quartas têm pior ranking de seleções desde a Copa de 1994



As quartas de final da Copa na Rússia terão o pior ranking de seleções desde o Mundial de 1994, nos EUA, o primeiro que contou com a lista feita pela Fifa. Os confrontos foram fechados nesta terça (3), com as classificações de Suécia e Inglaterra.
Folha analisou a colocação de cada seleção que chegou às quartas, desde 1994. Foi feita a soma das posições --quanto maior a pontuação, pior o ranqueamento das oito equipes classificadas.
Nesta Copa, as seleções somam 152 pontos, puxada pela Rússia, que ocupa a 70ª posição. É a pior colocação na série histórica de um time que chegou a essa fase.
O pior Mundial até então havia sido o de 2002, com 150 pontos. A pior seleção nas quartas de final no torneio na Ásia foi o Senegal, em 42º.
Neste Mundial na Rússia aparecem outras seleções com rankings baixos, como Suécia (24º) e Croácia (20º).
No torneio no Brasil, quatro anos atrás, a pior equipe nas quartas foi a Costa Rica (28º), seguida da França (17ª).
O Brasil, que ocupa a segunda colocação, é a seleção mais bem colocada que segue no torneio na Rússia. A Alemanha, a primeira, caiu ainda na fase de grupos.
A metodologia do ranking da Fifa, criado em 1993, prioriza os resultados dos últimos 12 meses das seleções. Ou seja, o desempenho histórico, a chamada "camisa" do time, pesa pouco.
A reportagem considerou a posição de cada time às vésperas de cada edição.
Em termos de presença de seleções já campeãs que chegaram às quartas, este Mundial está empatado com o de 2014. São quatro vencedores de Mundial (Brasil, França, Inglaterra e Uruguai).
Em tese, enfrentar seleções com ranking mais baixo tornaria o caminho das equipes tradicionais mais fácil.
Mas esta edição na Rússia tem sido marcada por zebras. Uma da principais foi a vitória russa contra a Espanha nos pênaltis, após empate por 1 a 1. Campeões em 2010, os espanhóis estão 60 posições acima no ranking oficial da Fifa.
"É futebol. Tivemos domínio, finalizamos muito. Mas sabíamos que seria uma partida complexa. Enfrentamos uma equipe muito potente na defesa", afirmou o técnico espanhol Fernando Hierro.
O goleador russo Tcherishev ficou no banco. "Falei individualmente com os jogadores, mais que o normal. Eles tinham de comprar a ideia do jogo", disse o técnico da Rússia, Stanislav Tchertchesov.
Nesta terça, após fazer o gol que eliminou a Suíça (6º no ranking), o meia sueco Fosberg foi questionado se achava que era coincidência que equipes mais bem posicionadas estavam caindo. "Há muito em jogo, talvez seja por nervosismo", afirmou.
Ao fim da rodada, com a classificação da Inglaterra sobre a Colômbia, ficou garantido que pelo menos uma das seleções a disputar a final do Mundial será europeia. Isso porque um dos lados da chave das quartas de final desta Copa é disputado apenas por equipes europeias e, necessariamente, uma delas deve chegar à final. São elas: Croácia, Rússia, Inglaterra e Suécia.
Do outro lado das quartas, há dois sul-americanos (Brasil e Uruguai) e dois europeus (França e Bélgica), que disputam a outra vaga na decisão.
Esse tem sido o padrão desde 1954. A de 1950 foi a última vez que nenhum europeu chegou à final --a partida foi disputada entre Brasil e Uruguai, com vitória dos uruguaios.
Além de garantir um time europeu na final, as oitavas desta edição também marcaram o aumento da média de gols em relação à fase de grupos, que subiu de 2,5 para 3.
As oitavas na Rússia também trouxeram o maior número de decisões por pênaltis nessa fase desde 1986, quando começou a existir essa etapa. Agora, foram três decisões.
Em 2014, foram duas. Nos demais torneios, havia sido no máximo uma.
Fábio Takahashi, Leonardo Diegues e Raphael Hernandes, Folha de São Paulo