A história do esquema de corrupção sem precedentes montado na Petrobras pelo lulopetismo e aliados (MDB e PP), associados às maiores empreiteiras do país, pode ser contada por projetos gigantescos que foram deixados pelo caminho, depois de servirem para projetar obras superfaturadas e, assim, gerar bilhões que seriam desviados para o projeto de poder do PT. Incluindo benefícios a líderes petistas, como o ex-presidente Lula e José Dirceu, não por coincidência presos.
Um desses projetos mastodônticos é o do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), um polo petroquímico idealizado para Itaboraí, vizinha a São Gonçalo, nas proximidades da Baía de Guanabara, não muito distante da Refinaria Duque de Caxias.
Localização estratégica, também para facilitar o recebimento de gás natural da Bacia de Campos.
Uma escancarada janela de oportunidade para a roubalheira, com a conivência de diretores da estatal, profissionais de carreira que aceitaram, em troca de propinas, receber ordens de PT, MDB e PP. Alguns também conheceram a cadeia da Operação Lava-Jato, em Curitiba.
Na pressa de se fazerem compras de equipamentos, para que comissões sobre elas fossem geradas, há relatos de que alguns chegaram a ser comprados antes do próprio projeto.
Até a paralisação das obras, a estatal investiu US$ 14 bilhões no complexo. A economia local deu um salto. Pessoas e empresas se endividaram para construir hotéis, restaurantes, abrir toda sorte de negócios para atender ao movimento de pessoas que passou a haver na cidade, e que cresceria de forma exponencial.
A Lava-Jato descobriu o esquema, ele começou a ser desmontado e caiu junto com empreendimentos tecnicamente insustentáveis. O Comperj entre eles. Apenas em relação ao polo de Itaboraí, a Petrobras, no balanço de 2014, ano do lançamento da Lava-Jato, fez uma baixa contábil de R$ 21,8 bilhões. Outras foram executadas devido a refinarias fantasiosas previstas para o Norte e Nordeste e também em função da Abreu e Lima, refinaria em Pernambuco, orçada em US$ 2 bilhões, mas que passou a custar US$ 20 bilhões. Parte da unidade entrou em operação, porém jamais gerará lucro para se pagar.
Um escândalo dentro do escândalo.
Itaboraí entrou em grave esvaziamento. Foi mais uma vítima da corrupção. Na administração Pedro Parente, a estatal decidiu ao menos construir a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), projeto em execução por um consórcio com a participação de empresa chinesa. Itaboraí voltou a ficar movimentada.
Mas em outra escala. Antes, na megalomania, houve 30 mil operários no canteiro de obras. Para iniciar a UPGN, revelou O GLOBO, foram convocadas 250 pessoas. Quem trabalhou na primeira fase agora aceita salários mais baixos. Uma perda que também deve ser creditada ao petrolão.