Bela Megale - O Globo
A Polícia Federal aprovou a contratação de quatro delegados e mais cerca de 15 investigadores — entre agentes, peritos e escrivães — para trabalhar exclusivamente na Operação Lava-Jato, em Curitiba. Segundo o chefe da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor), Eugênio Ricas, o recrutamento dos policiais federais já está em andamento e em dez dias os postos no Paraná devem estar preenchidos.
Na semana passada, o superintendente da Polícia Federal no estado, Maurício Valeixo, enviou à sede do órgão, em Brasília, o plano de trabalho da Lava Jato e nele pediu aumento de pessoal para voltar a ter uma equipe dedicada com exclusividade à Lava Jato.
Assim como a sede da PF, que se comprometeu com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Carmen Lúcia, em finalizar os 273 inquéritos envolvendo políticos ainda este ano, Curitiba também tem a meta de encerrar as apurações em curso envolvendo a maior operação de combate à corrupção do país.
Entre as prioridades dos investigadores do Paraná está a perícia dos sistemas usados pelo setor de pagamento de propina da Odebrecht, o MyWebDay e o Drousys. O material é considerado a prova mais bombástica entregue pela empreiteira na sua delação premiada por incluir documentos como extratos bancários de pagamentos a offshores destinados a políticos a planilhas com beneficiários de dinheiro que ainda não apareceram.
Riccas destacou que iniciativas como essa ajudam a responder críticas de que o delegado-geral da PF Fernando Segovia teria sido colocado no cargo pelo presidente Michel Temer, que é alvo de uma das investigação em curso, para frear as apurações.
— Nunca houve esse compromisso e essas atitudes mostram isso — disse o delegado. Ele informou que os primeiros inquéritos envolvendo políticos devem ser finalizados já no próximo mês.