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Lucro do Santander Brasil cresceu 23,7% no quarto trimestre em relação a igual período de 2015 |
DANIELLE BRANT, Folha de São Paulo
O Santander Brasil viu seu lucro líquido recorrente –que exclui efeitos extraordinários de receitas e despesas– crescer 35,6% no ano passado, para R$ 9,95 bilhões, com queda na provisão contra calote de clientes, embora no quarto trimestre do ano a inadimplência tenha voltado a subir, impactada por uma grande empresa.
No quarto trimestre, o lucro recorrente do banco cresceu 38,4% em relação ao mesmo período de 2016, para R$ 2,752 bilhões.
Ao longo de 2017, o banco diminuiu o dinheiro reservado para perda com calotes de clientes. O valor caiu 7,2%, para R$ 9,708. No quarto trimestre, porém, houve aumento de 9,3% da provisão na comparação com os três meses encerrados em setembro, para R$ 2,656 bilhões.
A alta reflete a piora do indicador de inadimplência do banco, que passou de 2,9% no terceiro trimestre para 3,20% no quarto trimestre –embora fosse de 3,4% um ano antes.
Segundo o banco, a alta ocorreu por uma "forte dinâmica comercial" e por um caso pontual no segmento de grandes empresas.
O forte crescimento do lucro em 2017 foi impulsionado pelo ganho de 17,7% do banco com serviços e tarifas bancárias, que somaram R$ 15,6 bilhões. O banco viu o faturamento com cartões de crédito aumentar pelo nono trimestre. O Santander, agora, detém 15,1% de participação do mercado. As receitas com conta-corrente cresceram 30,3% no ano, para R$ 2,908 bilhões.
Segundo o Santander, as comissões com cartões e adquirência somaram R$ 4,99 bilhões no ano passado, crescimento de 22,2%, ajudadas pelo aumento do faturamento. No trimestre, as receitas cresceram 13,2%, pelas vendas de final de ano.
Mas as despesas também subiram no ano: houve crescimento de 7%, para R$ 19,167 bilhões. As despesas administrativas tiveram alta de 9,3%, para R$ 10,076 bilhões, enquanto os gastos com pessoal aumentaram 4,5%, para R$ 9,091 bilhões.
CRÉDITO
A carteira de crédito do banco registrou crescimento de 7,8% no ano, para R$ 347,907 bilhões.
No ano, os maiores crescimentos foram no crédito para pessoa física (18,3%) e no financiamento ao consumo (20,4%).
Para pessoas físicas, o maior aumento veio do crédito consignado, mais seguro. Os empréstimos dessa linha cresceram 36,7% em relação a 2016, para R$ 25,6 bilhões. Em relação ao terceiro trimestre, houve alta de 7%.
A linha de cartão de crédito também avançou: houve aumento de 18,1% no ano, para R$ 24,4 bilhões. A concessão de empréstimos pessoais avançou 17,1%, para R$ 22,875 bilhões.
Mas outros empréstimos não tiveram crescimento tão expressivo. O imobiliário, uma das apostas do banco, cresceu 3,5% no ano, para R$ 28,1 bilhões –na comparação trimestral, a alta foi de 3,2%.
Para pessoas jurídicas, houve queda de 6,2% nas concessões totais, para R$ 122,563 bilhões. O crédito imobiliário do banco para empresas recuou 29,6%, a R$ 6,6 bilhões, e o capital de giro teve recuo de 5,3%, para R$ 75,6 bilhões.
A margem financeira líquida, que mede o ganho do banco nas operações com empréstimos e desconta a provisão para devedores duvidosos, cresceu 31,3% no ano, para R$ 27,619 bilhões. No quarto trimestre, porém, houve queda de 8%, para R$ 6,8 bilhões.