segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Governo revoga decreto que acaba com reserva na Amazônia, mas vai publicar outro


Reserva na Amazônia - Antonio Scorza / Agência O Globo


Manoel Ventura e Eduardo Barreto - O Globo



Após a repercussão negativa do fim de uma reserva mineral na Amazônia, o governo federal decidiu revogar o decreto que acaba com a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca). O Palácio do Planalto vai publicar, no entanto, um novo decreto que mantém a área aberta à mineração, mas detalha "ponto a ponto" de como será a preservação ambiental na região. O novo texto diz, por exemplo, que não poderá haver mineração em unidades de conservação ambiental e indígena.

O anúncio é feito no Palácio do Planalto. O novo texto é uma tentativa de minimizar as críticas com o fim da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), entre o Pará e o Amapá. A área de 47 mil quilômetros quadrados, do tamanho do Espirito Santo, foi aberta para a mineração depois de um decreto publicado pelo presidente Michel Temer na semana passada. A região abriga nove unidades de conservação ambiental e indígena e a liberação para a mineração na área gerou protestos de artistas e ambientalistas.

A reserva, com área maior que a Dinamarca ou do tamanho do estado do Espírito Santo, foi criada em 1984, ainda durante a ditadura militar. A área é rica sobretudo em ouro, mas também em tântalo, minério de ferro, níquel, manganês e outros minerais. No meio dessa região, estão nove áreas de conservação ambiental e reservas indígenas. O governo diz que só haverá mineração fora das unidades. O temor dos ambientalistas é que a exploração de minério em regiões próximas às terras indígenas e às áreas de proteção integral e uso sustentável dentro da Renca provoque degradação na floresta e nos cursos d’água.