Do UOL
- Ueslei Marcelino/ReutersA aprovação do governo chegou a 10%
A desaprovação do governo da presidente Dilma Rousseff chegou a 69% segundo pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e divulgada nesta quarta-feira (30).
O índice é o maior já registrado pelo instituto desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 1986. Em julho deste ano, o índice era de 68%.
Como a pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, não é possível dizer que a desaprovação do governo subiu. O levantamento entrevistou 2.002 pessoas em 140 municípios e tem um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 21 de setembro.
Já a aprovação do governo Dilma chegou a 10%. Na pesquisa anterior, o índice era de 9%. Para 21%, o governo é regular, e 1% não souberam ou não quiseram opinar. A soma dá mais de 100% devido a arredondamentos.
O índice de aprovação é medido pelo percentual de entrevistados que avaliam o governo como "ótimo" ou "bom". A reprovação é medida pelo percentual de entrevistados que avaliam o governo como "ruim" ou "péssimo".
O índice de aprovação mais baixo já registrado pela pesquisa foi de 7%, durante o governo de José Sarney, entre os meses de junho e julho de 1989.
A pesquisa CNI/Ibope também pesquisou o índice de aprovação da maneira de governar da presidente Dilma. Em julho, 15% dos entrevistados aprovaram a maneira como a presidente governa. Em setembro, este índice ficou em 14%. Já os que reprovam a forma de governar de Dilma, esse índice saiu de 83% em julho para 82% em setembro.
O índice de confiança na presidente Dilma variou um ponto percentual. Em julho, 78% dos entrevistados afirmavam não confiar na presidente. Em setembro, esse número chegou a 77%. Já o índice de entrevistados que afirmam confiar na presidente se manteve em 20% entre julho e setembro.
Crise no governo Dilma
Os baixos índices de popularidade da presidente Dilma são registrados em um momento em que ela encontra dificuldades no campo econômico e político. Na última terça-feira (29), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a taxa de desemprego no último trimestre chegou a 8,6%, maior índice para o período desde 2012.
No último dia 9, o governo ainda viu a agência de risco Standard & Poor's rebaixar a nota e tirar o chamado "grau de investimento".
No campo político, Dilma enfrenta dificuldades em aprovar as medidas do chamado ajuste fiscal como a criação de tributos como a CPMF. Para manter o apoio do PMDB, principal aliado do governo, Dilma deverá anunciar nos próximos dias uma reforma ministerial que tende a abrigar mais ministros do partido do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
Ainda nesta quarta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve começar a análise de pedidos de abertura de processo de impeachment contra Dilma.
A oposição aguarda o posicionamento de Cunha em relação aos pedidos para, possivelmente, pedir que algum dos pedidos sejam avaliados pelo plenário da Câmara.
A presidente ainda enfrenta dificuldades junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No dia 20 de setembro, a corte recebeu um pedido de investigação contra o PT para apurar se o partido recebeu doações de campanha fruto do pagamento de propina.
Além dessa investigação, há outras quatro ações movidas pelo PSDB questionado a reeleição da presidente Dilma.