Comentei em tempo real no Facebook e no Twitter o discurso de mais de 40 minutos que a presidente Dilma Rousseff fez na tarde desta quinta-feira, 1º de janeiro de 2015, no plenário da Câmara dos Deputados, durante a cerimônia de posse de seu novo mandato. Veja algumas notinhas. Volto em seguida:
1) Dilma: “Prometo cumprir a Constituição.” Faltou completar: caso não cumpra, prometo alterá-la, como fiz em 2014.
2) Na série de ‘Nunca’, Dilma ‘esqueceu’ de dizer: “Nunca antes foram assassinados tantos brasileiros por ano no país: 56.000.”
3) Dilma: “Nunca a corrupção foi tão investigada.” Detalhe: o crédito da investigação é de Sergio Moro e PF. O do PT é o da corrupção.
4) “Se o pequeno negócio não cresce, o país também não cresce.” (Dilma Rousseff, candidata de oposição ao seu próprio governo)
5) Dilma diz que “Mais Médicos” atende 50 milhões. Mentira. Na melhor das hipóteses, não chega a 20 milhões. (Veja aqui.)
6) Dilma nega ingerência noutros países, mas propôs diálogo dos EUA com terroristas do ISIS, condenou reação de Israel, suspendeu Paraguai do Mercosul, etc.
7) Dilma prega liberdade de expressão e opinião, mas seu governo bolivariano cerceou VEJA, Rachel Sheherazade,Santander e outros que ousaram criticá-lo.
8) Dilma diz “Eu não tenho revanchismo”, mas sua Comissão da Mentira omitiu 121 cadáveres dos terroristas de esquerda como ela.
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A presidente também afirmou que o lema de sua gestão nos próximos anos será “Brasil, pátria educadora”. Ao eleger a área da educação como prioritária, a petista escolhe justamente um ministério que tirou das mãos do seu partido para entregar ao ex-governador do Ceará Cid Gomes, criador do Pros, sigla aliada do governo federal.
Irmão de Ciro Gomes, Cid é aquele que, após a vitória do Brasil contra a Colômbia em Fortaleza pela Copa do Mundo, tentou invadir o vestiário da seleção “aparentemente embriagado” e “sem credencial”, segundo o voluntário que o barrou. O então governador ainda teria chamado o rapaz de “abestado” e dado tapas em seu pescoço, embora viesse a alegar ter “protestado de maneira contida”.
Resta saber o seguinte: se este é o responsável pela ‘pátria educadora’, quem educará a ‘pátria’?
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Dilma também repetiu que não mexeria nos direitos trabalhistas, embora dessa vez sem usar a expressão de campanha “Nem que a vaca tussa”. Isto, dois dias depois de o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do novo chefe do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciarem o aperto nas regras para a liberação de benefícios previdenciários, como o seguro-desemprego, sem contar o veto da presidente até mesmo para o arredondamento de dois reais no salário mínimo de 2015 - tudo em nome da economia.
Como se vê: a vaca já tossiu, mas continua maquiada na propaganda oficial.
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