Este mês se completam 70 anos da libertação de Auschwitz, símbolo do Holocausto e das atrocidades cometidas pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Mas antes da liberdade, uma última tortura esperava os prisioneiros.
O termo "marchas da morte" foi criado pelos prisioneiros judeus para descrever a evacuação em massa dos campos de concentração.
Esses deslocamentos forçados ocorreram em vários momentos, mas a maior e mais famosa marcha foi protagonizada pelos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, em janeiro de 1945.
Essa última evacuação ocorreu graças ao avanço do Exército Vermelho sobre o
país, que já havia descoberto e libertado o campo de concentração de Majdanek,
perto de Lublin.
país, que já havia descoberto e libertado o campo de concentração de Majdanek,
perto de Lublin.
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Sem tempo a perder, os nazistas obrigaram cerca de 60 mil prisioneiros
a marchar para a cidade vizinha de Wodzisław Śląski - Loslau, em alemão
-, no coração do Terceiro Reich nazista, para que continuassem a servir
como mão de obra.
a marchar para a cidade vizinha de Wodzisław Śląski - Loslau, em alemão
-, no coração do Terceiro Reich nazista, para que continuassem a servir
como mão de obra.
4 dias foi a duração da viagem
A sangrenta ofensiva soviética de Vistula-Oder havia começado em
12 de janeiro de 1945.
12 de janeiro de 1945.
Alarmados, os oficiais nazistas adiantaram os planos de evacuação campos
e subcampos próximos. Para ocultar a realidade dos "campos de trabalho"
das forças aliadas, os nazistas também queimaram documentos com os
registros dos prisioneiros, além de desmontar e dinamitar as câmaras de gás.
e subcampos próximos. Para ocultar a realidade dos "campos de trabalho"
das forças aliadas, os nazistas também queimaram documentos com os
registros dos prisioneiros, além de desmontar e dinamitar as câmaras de gás.
Em 17 de janeiro, começaram a partir as primeiras colunas de prisioneiros.
Durante a marcha, que ocorreu em pleno inverno, eles percorreram
caminhos acidentados e tiveram poucos momentos de descanso, dormindo
ao relento no chão gelado.
caminhos acidentados e tiveram poucos momentos de descanso, dormindo
ao relento no chão gelado.
56.000 prisioneiros
Era um número ínfimo diante da imensa quantidade de pessoas que
foram deportadas para Auschwitz a partir da primavera de 1940.
foram deportadas para Auschwitz a partir da primavera de 1940.

Crédito: Wikimedia
Em meados de 1944, cerca de 65.000 prisioneiros foram transferidos
para outras unidades industriais do Terceiro Reich, reduzindo o total de
presos à metade.
para outras unidades industriais do Terceiro Reich, reduzindo o total de
presos à metade.
Até então, Auschwitz era um dos maiores campos de trabalho da
indústria alemã - era dividido em 28 subcampos e tinha três campos
independentes. Os presos que não foram selecionados para o extermínio
imediato eram enviados para trabalhar em fábricas de armamentos,
minas de carvão e outros empreendimentos nazistas.
indústria alemã - era dividido em 28 subcampos e tinha três campos
independentes. Os presos que não foram selecionados para o extermínio
imediato eram enviados para trabalhar em fábricas de armamentos,
minas de carvão e outros empreendimentos nazistas.

Crédito: Creative Commons
23 graus abaixo de zero
Era temperatura suportada pelos prisioneiros. A viagem para Loslau,
no sul da Polônia, ocorreu no auge do inverno. Durante a jornada, os
prisioneiros contavam apenas com o uniforme fino da prisão e sapatos rotos,
sem nem uma bebida quente para aliviar o frio.
no sul da Polônia, ocorreu no auge do inverno. Durante a jornada, os
prisioneiros contavam apenas com o uniforme fino da prisão e sapatos rotos,
sem nem uma bebida quente para aliviar o frio.
63 quilômetros
Era a distância até seu destino. Apesar de ser uma das "marchas da
morte" mais curtas, as condições climáticas dificultavam qualquer esforço.
morte" mais curtas, as condições climáticas dificultavam qualquer esforço.
Os que conseguiram chegar foram enviados a outros campos em trens
superlotados.
Cerca de 20 mil recém-chegados foram para o campo de Bergen-Belsen,
onde morreu a jovem Anne Frank. Os prisioneiros enfrentaram uma grave
epidemia de tifo antes de finalmente serem libertados pelas forças britânicas,
em abril de 1945.
superlotados.
Cerca de 20 mil recém-chegados foram para o campo de Bergen-Belsen,
onde morreu a jovem Anne Frank. Os prisioneiros enfrentaram uma grave
epidemia de tifo antes de finalmente serem libertados pelas forças britânicas,
em abril de 1945.

Crédito: Wikimedia
9.000 mortos
Foi o saldo da marcha, embora algumas estimativas citem 15.000 vítimas.
Alguns homens, mulheres e crianças morreram de exaustão ou de frio.
Muitos outros foram assassinados no caminho pelos guardas da SS, a
polícia nazista.
Alguns homens, mulheres e crianças morreram de exaustão ou de frio.
Muitos outros foram assassinados no caminho pelos guardas da SS, a
polícia nazista.
"Meus amigos e eu estávamos juntos em um grupo", recorda Florian
Granek, então um jovem de 22 anos. "Nós marchávamos atrás da coluna
e víamos que eles atiravam em quem não conseguia manter o ritmo, jogando
os corpos em uma vala.
Começamos a contar os mortos, mas acabamos perdendo a conta.
Granek, então um jovem de 22 anos. "Nós marchávamos atrás da coluna
e víamos que eles atiravam em quem não conseguia manter o ritmo, jogando
os corpos em uma vala.
Começamos a contar os mortos, mas acabamos perdendo a conta.
A Alemanha assinou sua rendição incondicional em 8 de maio de 1945.
Todos os campos foram libertados gradualmente com o avanço das forças
aliadas. Em 27 de janeiro, chegou a vez de Auschwitz, onde ainda viviam
sete mil prisioneiros gravemente doentes, incluindo 180 crianças.
Todos os campos foram libertados gradualmente com o avanço das forças
aliadas. Em 27 de janeiro, chegou a vez de Auschwitz, onde ainda viviam
sete mil prisioneiros gravemente doentes, incluindo 180 crianças.
Se você quiser saber mais sobre o fim da guerra mais sangrenta da história,
não perca o especial Um Dia em Auschwitz, no Discovery.
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