O governo federal avalia a possibilidade de comprar uma aeronave usada ou encomendar uma nova, ambas da fabricante Airbus
O governo brasileiro avalia a compra de um novo avião presidencial para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A aquisição é estimada em US$ 250 milhões, cerca de R$ 1,4 bilhão. Duas opções da Airbus estão sob consideração: uma aeronave usada de 2016 e outra nova, sob encomenda. Lula pediu urgência na aquisição depois de o avião atual apresentar problemas técnicos durante uma viagem ao México, no início de outubro. Na ocasião, a aeronave precisou retornar à Cidade do México logo depois da decolagem, mas a Força Aérea Brasileira informou que o problema foi resolvido “com sucesso”.
Apesar da urgência, a decisão enfrenta discussões sobre cortes de gastos, o que pode adiar a compra. Inicialmente, a entrega de um novo avião levaria cerca de dois anos, mas as propostas atuais podem acelerar o processo para até um ano e meio. Lula deseja uma aeronave com maior autonomia para evitar escalas técnicas em viagens à Europa e aos Estados Unidos. Desde o início do terceiro mandato, ele expressou a vontade de trocar de avião, alegando desconforto em voos internacionais longos com paradas para reabastecimento.
Inicialmente, considerou-se adaptar um Airbus A330-200 comprado em 2022 pela gestão anterior, mas o suposto custo elevado do sistema de internet teria inviabilizado a proposta. Em uma reunião, realizada em 29 de outubro, o Ministério da Defesa discutiu opções com a Airbus em Brasília. Na época, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, afirmou que é “uma irresponsabilidade colocar o presidente da República em um avião com ‘tantos problemas'”.
Governo quer que novo avião de Lula tenha capacidade para acomodar membros do Congresso Além de segurança e autonomia, o governo considera um avião que acomode mais passageiros, como deputados e senadores, para estreitar laços com o Congresso. Atualmente, o avião presidencial possui cabine com cama e banheiro privativo, além de área de reuniões, mas há planos para expandir essas capacidades.
Lula já realizou 23 viagens internacionais no atual mandato. Membros do governo argumentam que um avião maior “facilitaria o diálogo político e economizaria tempo, reduzindo escalas”. O incidente no México envolveu a comunicação de um problema usando o código “pan-pan”, que requer ajuda em solo, mas sem risco iminente.
Revista Oeste