O comitê 'tinha tanto dinheiro que era difícil gastá-lo', diz aliado
A vice-presidente Kamala Harris gastou cerca de US$ 1,5 bilhão em sua campanha presidencial, que durou apenas 15 semanas por causa da desistência de Joe Biden na disputa. O levantamento é do jornal norte-americano The New York Times, que a apoiou na eleição. Mesmo com seus gastos astronômicos, Harris se tornou a primeira candidata presidencial democrata a perder o voto popular nacional em duas décadas, inclusive em todos os Estados-pêndulo. Sua campanha pagou por uma enxurrada de anúncios publicitários, influenciadores das redes sociais, campanhas de porta em porta, milhares de funcionários, comícios caros, um evento com a apresentadora Oprah Winfrey, shows com celebridades e até apresentações com drones.
Em média, foram gastos cerca de US$ 100 milhões a cada semana. Os gastos causaram discussões entre os próprios democratas, que debatem se os eventos impulsionados por celebridades, como Lady Gaga e Beyoncé, foram mais extravagantes do que eficazes. Desde a derrota, o comitê de Kamala tem pressionado seus apoiadores por mais doações, o que despertou dúvidas sobre dívidas eleitorais. O maior gasto durante a campanha foi com publicidade. Entre 21 de julho e 16 de outubro, registros financeiros mostram que a democrata gastou US$ 494 milhões na produção e compra de mídia, categoria que inclui tanto anúncios de televisão quanto digitais. O total gasto até o dia da eleição se aproxima de US$ 600 milhões.
Os anúncios foram apenas uma parte de uma campanha que tinha dinheiro suficiente para gastar em praticamente tudo. Registros mostram que US$ 2,5 milhões foram direcionados a três agências digitais que trabalham apenas com influenciadores on-line. A campanha gastou cerca de US$ 900 mil para reservar publicidade no exterior da arena Sphere, em Las Vegas, na última semana da eleição. Houve também shows de drones no céu antes do debate na Filadélfia, em setembro, e em um jogo do time de futebol americano Pittsburgh Steelers, em outubro.
Campanha de Kamala Harris contratou produtora de Oprah
Um pagamento específico de Harris atraiu atenção: US$ 1 milhão pagos à produtora de Oprah Winfrey, Harpo Productions. Em uma postagem no Instagram, Winfrey explicou que o dinheiro foi usado para montar um evento em Detroit com iluminação, câmeras, microfones, equipe e até cadeiras. “Não recebi nenhuma taxa pessoal”, escreveu Oprah, que justificou que “as pessoas que trabalharam precisavam ser pagas, e foram”.
O evento custou mais de US$ 2,5 milhões no total, segundo duas fontes. Outras escolhas incluem comícios nos Estados decisivos com estrelas como Lady Gaga, Jon Bon Jovi e Katy Perry. O custo dos comícios ultrapassou US$ 10 milhões. As decisões de gastos da campanha foram documentadas em registros da Comissão Eleitoral Federal e em entrevistas realizadas pelo New York Times com 15 funcionários e aliados próximos da campanha de Harris.
Bakari Sellers, aliado próximo de Harris e ex-legislador na Carolina do Sul, disse que a campanha “tinha tanto dinheiro que era difícil gastá-lo.”
Patrick Stauffer, diretor financeiro da campanha, disse que não havia dívidas pendentes ou contas atrasadas no dia da eleição e que “não haverá dívida” nos próximos registros do comitê nacional do Partido Democrata. Recentemente, o comitê demitiu centenas de funcionários — uma redução esperada com a derrota.
Colunista do New York Times admite: O partido tinha cerca de 680 funcionários em outubro e reduziu cerca de 70%, segundo duas pessoas familiarizadas com as demissões.
Embora tenha gastado US$ 12 milhões em pesquisas de opinião, os resultados sugerem que os custos foram muito altos para conter o declínio. Em postagem na rede social Twitter/X, Trump ironizou a equipe de Kamala sobre sua situação financeira: “Estamos à disposição para ajudá-los nesse momento difícil.”
Revista Oeste