Apple parou de vender o carregador de tomada junto com os iPhones para diminuir o impacto ambiental sobre o Planeta
O governo brasileiro, na figura da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão ligado ao Ministério da Justiça e e Segurança Pública, propôs um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) à Apple e Samsung por retirarem o carregador de tomada da caixa de seus respectivos smartphones vendidos no País. Caso as empresas recusem a proposta, o governo poderá aplicar sanções de até R$ 10 milhões.
A Senacon não acatou o argumento das fabricantes de smartphones de que a retirada do carregador das caixas têm intuito de reduzir o impacto ambiental. Além disso, a secretaria entende que não houve um processo de "reeducação e conscientização" dos consumidores e que a decisão foi feita de forma unilateral por parte das empresas.
“Banir simplesmente o item da embalagem dificulta o entendimento da população em geral, sem que efetivamente seja garantida a diminuição da quantidade de lixo eletrônico”, diz Pedro Aurélio Queiroz, diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor da Senacon, em nota à imprensa. “É importante que as empresas tenham estratégias de diálogo educativo sobre o uso consciente dos adaptadores de energia, reinventando o hábito de consumo para que os consumidores criem a consciência ambiental que se espera”.
A Apple e Samsung afirmam que o impacto ambiental de retirar o carregador de tomada da caixa dos novos smartphones é menor ao diminuir o plástico utilizado na embalagem, ocupar menos espaço na fretagem dos produtos e gastar menos tempo no transporte. Além disso, elas argumentam que há carregadores de tomada de terceiros no mercado.
Desde o lançaemnto do iPhone 12, em outubro de 2020, todos os smartphones da Apple vêm sem carregador na caixa em todo o mundo. Polêmica e criticada pelas rivais, a decisão acabou sendo acompanhada pela chinesa Xiaomi e, em janeiro deste ano, pela Samsung na venda do novo Galaxy S21 — no Brasil, a sul-coreana disponibiliza um adaptador de tomada gratuito para os clientes que optarem por colocar na caixa.
Por Guilherme Guerra - O Estado de S. Paulo