quinta-feira, 29 de abril de 2021

Histórias e historietas a descoberto no Brasil (vídeo)

A história do Brasil, desde os primórdios do descobrimento, é repleta de historietas, aquelas histórias aparentemente sem importância e que facilmente viram lenda, conto, fábula.

O Brasil em 1549 tinha Tomé de Souza como governador geral, regência complementar às capitanias hereditárias, e que teve Pero Borges como ouvidor mor, uma espécie de Ministro da Justiça.

A historieta obscura é o fato de que Pero Borges não era ficha limpa, 3 anos antes fora condenado por D. João III por desvios de verbas públicas na construção de aqueduto em Portugal. Em Pindorama, o ouvidor não se conteve e em outro ciclo de 3 anos, novamente foi pego com a ceroula entochada de moedas.

Do ciclo de engenho ao ciclo do ouro no Brasil, fortunas foram sendo construídas pelos herdeiros das capitanias, espalhadas pelo país continente, explorando Pindorama. O 5º era cobrado, separado e enviado à corte portuguesa, muitos santos do pau oco atravessaram os oceanos, levando ouro e ludibriando os britânicos que pretendiam receber pelos empréstimos.

O alferes se rebelou, quase um século mais tarde, no fim do século XVIII, 20% era muito para pagar de imposto, e ele nem imaginava que só de imposto de renda na fonte o povo pagaria 27,5% no futuro, mas, isto é outra historieta.

Quando Carlota Joaquina chegou a Pindorama, chamou aquele lugar de várias outras coisas, nunca de lar. A mãe de D. Pedro I, esposa de D. João VI, quando deixou o Brasil, fez questão de bater seus sapatos e dizer que desta terra não levaria um grão.

Histórias e historietas muitas vezes se confundem e pregam peças, seu filho amava o Brasil e decretou a independência, um homem de muito amor ao povo e consciência, disse que ficaria quando foi necessário e que lutaria até a morte se preciso fosse. Forçado a regressar anos mais tarde, deixou seu filho infante, imperador do Brasil.

Astuto, culto, letrado, versado em 23 idiomas, deixou um grande legado para Pindorama, que aliás, era o nome do Brasil dito pelos primeiros habitantes, os índios, cuja língua, o tupi-guarani, o imperador falava com fluência. Talvez, seu único pecado tenha sido o ciúme pela sagacidade de Barão de Mauá, um injustiçado que fora obrigado a financiar a Guerra do Paraguai. Guerra desnecessária, provavelmente como qualquer Guerra, a desculpa ou uma das causas da queda do império, a derrocada da monarquia.

D. Pedro II, no entanto, diferentemente de sua avó Carlota Joaquina, não deixou estas terras sem levar consigo um punhado delas em um saco de veludo que carregaria consigo até o seu último dia e com este seria sepultado.

No centro de São Paulo, a Quintino Bocaiuva cruza a Benjamin Constant. Corressem paralelas à Quinze de novembro em direção a República, de um golpe instaurariam o governo de Deodoro da Fonseca. Haviam destituído o ministério do império, três dias antes, e por três dias inteiros, o Brasil passou como sem governo, nem monarquia, nem república.

Assim, assim, de histórias e historietas, quando alguém se levanta contra todo o estado de coisas que faz o Brasil estagnar, quando alguém luta patrioticamente pelo Brasil é ameaçado de ficar como os três dias que antecederam o golpe da república, sem governo!

O parlamento brasileiro que ainda conta com muitos herdeiros de capitanias, repleto de oligarquias, que enrijecem o sistema desde a abolição da escravatura, tal qual um freio acionado enquanto o motor faz força, insistem em construir a sua própria democracia, insistem no clientelismo, coronelismo, subserviência, lobismo, pluripartidarismo, coletivismo e tantas outras mazelas comportamentais. Mas, estas são as historietas da história que alguns insistem em fingir não existir.

Quando comemoramos 521 anos do descobrimento do Brasil, de séculos de saques à descoberto, parece que alguém, enfim, pretende que o país seja de verdade unificado e pacificado pelo bem de seu povo e não de alguns escritores de historietas e narrativas, cantilenas enfadonhas e monofásicas.

O sinal é esperado, e vai ser dado, quando o trabalhador de verdade estiver nas ruas comemorando sua liberdade!

Cláudio Luis Caivano. Advogado.

Veja o vídeo:




Jornal da Cidade