quarta-feira, 8 de julho de 2020

Dono da Parler, John Matze fala sobre Bolsonaro e a rede social que tem atraído os conservadores




John Matze é o criador da rede social Parler Foto: Divulgação
John Matze é engenheiro de software, tem 27 anos, é casado e tem uma filha. O jovem passou por empresas como Amazon e há dois anos ele criou a Parler, rede social que entrou em evidência nos últimos dias ao atrair o público conservador. Nos últimos anos Matze trabalhou mais de 80 horas semanais e agora vê seu trabalho sendo reconhecido.
Em meio a uma agenda apertada, o jovem concedeu uma entrevista exclusiva ao Pleno.News. Ele falou sobre o interesse dos brasileiros pela rede, revelou que está trabalhando em uma versão em português e agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro e seus filhos por terem aderido à plataforma. John falou sobre seus sonhos e contou que tem desejo de vir ao Brasil.
Como surgiu a Parler e como a rede evoluiu desde a sua criação?Parler começou para resolver um problema com a censura online e algoritmos tendenciosos que prejudicam pessoas e meios de comunicação que desejam transmitir uma mensagem. Nos últimos dois anos e meio, a Parler adaptou seu design e direção para continuar a manter a privacidade e a liberdade de expressão, enquanto resolvia problemas adicionais de escala.
Como você vê o crescimento da Parler no Brasil?É bastante impressionante e orgânico, natural. Atualmente, o Brasil é o terceiro país mais interessado na Parler, só perde para Estados Unidos e Reino Unido.
Como garantir a liberdade de expressão e a não censura?Liberdade de expressão e não censura são os princípios fundamentais de nossa empresa. Projetamos nossos serviços para serem resistentes a boicotes corporativos. Isso tornou o desenvolvimento do produto muito mais difícil, mas valerá a pena para proteger os direitos de todos.
Matze trabalhava em média 80 horas semanais
Alguns leitores perguntaram sobre os servidores, se eles são realmente protegidos.Nossos servidores excluem todas as informações pessoais identificáveis ​​após a verificação dos usuários. A melhor maneira de proteger a privacidade das pessoas é não ter nenhum dado que valha a pena roubar.
Você pretende ter uma versão em português e uma espécie de trending topics em forma de classificação?Nossos tradutores estão trabalhando para preparar uma versão em português, será em breve. Os trendings topics iremos adicionar eventualmente.
Como você lida com queixas e notificações?Temos um sistema e quando o conteúdo é denunciado, ele é revisado por um júri que avalia o conteúdo contra as diretrizes da comunidade para determinar se é uma violação. As pessoas costumam reclamar porque estão frustradas ou discordam, mas isso não é uma violação. Nossas regras são muito claras, transparentes e imparciais.
O presidente Jair Bolsonaro já está na Parler, assim como seus três filhos e muitos políticos de direita. Como você vê essa aceitação?Damos boas-vindas a ele, sua família e quaisquer outros políticos. Meu desejo é ver todos na Parler.
John Matze com a filha e a esposa Alina
Como você vê o novo momento da política brasileira com a eleição do presidente Jair Bolsonaro?Não acompanhei muito a política brasileira, mas recentemente segui o presidente Jair Bolsonaro. Não fico surpreso que ele esteja sofrendo censura em seu país, pois muitas grandes empresas de tecnologia nos Estados Unidos são politicamente ativas em quase todos os países do mundo com a intenção de forçar sua visão de mundo aos seus usuários.
Como você vê a administração do presidente Donald Trump e este período da corrida presidencial?O presidente Trump disse recentemente que espera ser banido do Twitter antes da eleição. Isso pode levá-lo a ir para Parler e, como resultado, poderemos ver uma grande mudança no uso das mídias sociais.
Você já esteve no Brasil?Não estive, mas adoraria ir.
Quais são os sonhos de John Matze?Criar muitas empresas de tecnologia e resolver muitos problemas técnicos difíceis, não apenas na área de mídias sociais.

Natalia Lopes, Pleno.News