Desde o anúncio do Plano Real, em 27 de fevereiro de 1994, esta sexta-feira (28) pode e deve ser a data mais importante para o país, em face do acordo de livre-comércio Mercosul-União Europeia. Entendimentos iniciados há 20 anos, encaminharam o acordo que pode movimentar US$ 125 bilhões num período de 15 anos.
O otimismo revelado por empresários e pelo governo, como no Plano Real, pode inverter, e rápido, o clima de pessimismo que vinham assustando os brasileiros. Pessimismo, diga-se, artificial. Como explicar que o Ibovespa tenha ultrapassado os 100 mil pontos e mantido a posição nos últimos dias?
A campanha de descrédito das instituições promovida pela imprensa nos últimos dias foi assustadora. Some-se a isso a insegurança jurídica provocada pelo Judiciário, leia-se, pelo Supremo Tribunal Federal, ao ameaçar tirar da cadeia criminosos que levaram o Brasil ao caos, e está explicado a origem do desencanto da sociedade.
Felizmente, o cidadão parece mais atento à sua segurança do que os agentes públicos promíscuos que insistem em destruir a nação.
A mobilização popular cresce desde 2013, quando os brasileiros perceberam que o grupo corrupto no poder desde 2003 estava saqueando os cofres públicos sem piedade. O pretexto para o aumento da revolta foi a eleição do Brasil para sede de dois eventos internacionais grandiosos, a Copa do Mundo e a Olimpíada.
Ainda hoje, 2019, muitas obras contratadas para a Copa e a Olimpíada não foram concluídas. Outras, rodovias, refinarias e até a transposição do São Francisco seguem inacabadas.
A Lava Jato deu ânimo aos brasileiros e muitos acreditaram que as coisas efetivamente estão mudando.
Embora Luiz Inácio Lula da Silva, chefe da organização criminosa que pariu o Mensalão e o Petrolão esteja na cadeia, e outros elementos integrantes da quadrilha, como Marcelo Odebrecht, José Dirceu, Antonio Palocci também estejam atrás das grades, o clima de insegurança segue.
Há um movimento ostensivo de ministros do Supremo para soltá-los. Um atentado aos milhões de brasileiros que saem às ruas para cobrar a moralização do país.
Como pode a própria Suprema Corte pregar a imoralidade, defender a corrupção?
Tentar desmoralizar aqueles que querem ética, decência?
A formidável presença do Brasil no G20, em Osaka, no Japão, e o acordo de livre-comércio Mercosul-UE nesta semana podem inspirar os brasileiros a continuarem acreditando no país, e intimidar aqueles que insistem em barrar os passos do país rumo ao clube de nações sérias e desenvolvidas.
A propósito, neste domingo, os brasileiros estarão nas ruas de todo o país para reclamar o respeito à ética e àqueles que bravamente puniram os criminosos e deram esperança, especialmente aos jovens, de que vale a pena acreditar no Brasil.