Agendada para este domingo, a manifestação do dia 30 de junho com atos pró Sergio Moro em todo o Brasil ganhou corpo após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em manter Lula preso antes de julgar a acusação do ex-presidente sobre suposta parcialidade nos julgamentos do ex-juiz Moro, atual ministro da Justiça.
Os atos previstos para todo o país têm agenda definida: apoio a Moro, à operação Lava Jato e à reforma da Previdência. As manifestações de 30 de junho foram organizadas pelo Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e Nas Ruas.
Os atos foram convocados logo após a divulgação de supostas mensagens trocadas entre o ex-juiz da Lava Jato em Curitiba e o coordenador da força-tarefa Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept, que questionam a conduta de Moro e procuradores do Ministério Público Federal (MPF).
Veja a agenda defendida pelos movimentos que realizam atos neste domingo 30 de junho.
Dia 30 de junho: manifestação por Moro e pela Lava Jato
Desde 9 de junho o site de notícias The Intercept vem divulgando reportagens com supostas mensagens trocadas entre os procuradores da força-tarefa da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro, enquanto era o juiz responsável pelos processos da operação na 13ª Vara Federal de Curitiba.
Para os movimentos, a divulgação das supostas conversas é uma ameaça a continuidade da operação Lava Jato. Moro já foi à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado onde respondeu a questionamentos dos parlamentares por oito horas. E está marcada para terça-feira (2) a ida de Moro à CCJ da Câmara para falar sobre o assunto.
Pacote anticrime de Moro
O texto final do projeto anticrime criado por Moro, de relatoria do deputado Capitão Augusto (PR-SP), será votado pelo grupo de trabalho na Câmara na terça-feira (2). Antes de seguir para o Plenário, o texto pode sofrer modificações.
O projeto prevê o endurecimento de penas; mais rigor dentro dos presídios; a criminalização do caixa 2 eleitoral; prisão em segunda instância como regra geral e em primeira instância em caso de homicídios; e o excludente de ilicitude para não punir policiais que matam criminosos em situações de confronto ou risco a vítimas.
Reforma da Previdência
Está prevista para terça-feira (2) a leitura do complemento do voto do relator da reforma da Previdência Samuel Moreira (PSDB-SP). Já a votação do parecer pode ocorrer até quinta-feira. Se tudo transcorrer como previsto, a votação do texto pode ser feita em Plenário até 8 de julho – antes do início do recesso parlamentar, marcado para o dia 17.
Na reta final de tramitação, a leitura do novo parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP) chegou a ser cancelada por falta de acordo para reinclusão de estados e municípios na proposta.
Fator Lula pesa em manifestações de 30 de junho
Para Renato Battista, coordenador nacional do MBL, o julgamento e a negativa do pedido de habeas corpus a favor de Lula, realizado na semana passada no STF, são um estímulo a mais aos participantes dos atos.
“Acho que as pessoas já estavam atentas ao julgamento do STF, e depois do fato [negativa do HC de Lula], fortalece ainda mais os atos do dia 30. As pessoas se engajaram mais”, afirma.
Adelaide Oliveira, líder do Vem Pra Rua, diz que as manifestações são suprapartidárias e com pautas definidas. “Nossa pauta é propositiva. A gente marca manifestação quando vê a necessidade e a relevância de demonstração de força popular ao Congresso”, defende.
Até sexta-feira (28) o Vem Pra Rua estimou atos em mais de 182 cidades. A manifestação também marca o retorno dos movimentos MBL e Vem Pra Rua, após ficarem afastados dos atos pró-governo em 26 de maio. Dos três movimentos, apenas o Nas Ruas participou das manifestações naquele dia. O MBL e o Vem Pra Rua justificaram a ausência devido a pautas radicais, como fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Gazeta do Povo