sexta-feira, 21 de junho de 2019

Impasse no Cade ameaça atrapalhar transação global de US$ 34 bi da IBM

Grandes negócios do mercado brasileiro e internacional enfrentam hoje um suspense em torno da troca de três conselheiros do Cade, que saem em julho, podendo deixar o órgão sem quórum no segundo semestre.
Enquanto o Senado não libera a aprovação dos novos nomes, ficam no aguardo casos como a compra da Red Hat pela IBM por US$ 34 bilhões, uma megaoperação que, embora realizada globalmente, carece de autorizações de órgãos reguladores locais.
O processo está sob análise do Cade, mas se ela não ficar pronta até o fim do mandato dos conselheiros, a concretização do negócio global pode ficar prejudicada.
Um atraso do tipo pega mal para a imagem do país. O conselho está tentando acelerar para analisar até o dia 15 de julho.
Logo da Red Hat, vendida por US$ 34 bilhões para a IBM
Logo da Red Hat, vendida por US$ 34 bilhões para a IBM - Pau Barrena/AFP
Outro desfecho que está pendurado no risco de falta de quórum do Cade é o julgamento do cartel do metrô de São Paulo. Há esforços no órgão para bater o martelo antes da troca de conselheiros.
Se ficar para depois, o novo membro vai precisar estudar o caso, o que prolongaria a novela. Fora a pressão política que pode nascer em torno da escolha dos novos nomes que teriam de julgar uma situação considerada tão sensível.
Até agora, o que se sabe é que os novos nomes indicados pelo governo, Vinicius Klein e Leonardo Bandeira Rezende, geraram controvérsias.

Joana Cunha, Folha de São Paulo